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O Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, ficou lotado para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, nesta terça-feira, 04 de abril.
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Mais de 450 pessoas de várias parte do estado viajaram até Florianópolis para acompanhar a iniciativa do deputado estadual Pepê Collaço (Progressistas).
Um grupo de trabalho foi criado para que, a partir de agora, os profissionais possam debater periodicamente sobre o assunto com os deputados. “Há muito o que ser discutido, para que possamos ter mais conhecimento desse assunto tão sensível e estabelecer leis cada vez mais eficientes“, destacou Collaço.
A presidente da Associação Catarinense de Autismo (Asca), Catia Cristiane Purnhaugen, lembrou que o debate precisa envolver saúde, educação e assistência social. “Só tenho a agradecer por essa iniciativa. Tenho certeza que vamos conseguir avançar muito nessa luta“, ressaltou.
O diretor do Colégio Dehon, de Tubarão, José Antônio Matiola, citou que mais de 30 dos cerca de 200 alunos da escola têm espectro autista. “Esta é uma oportunidade de construir metodologias adequadas. Muitas vezes, as crianças são apenas inseridas, não incluídas. E precisamos encontrar caminhos para não ter desculpas para a inclusão ser malfeita“, avaliou o diretor.
Principais desafios
Os médicos Jaime Lin e Michel Ghisi Callegari, de Tubarão, palestraram sobre as características e os desafios enfrentados pelas pessoas com transtorno do espectro autista e suas famílias. “É mito que o diagnóstico do Tea só pode ser fechado após os 3 anos. Quanto antes, melhor, e temos que encontrar um jeito de protocolar o tratamento, pois não existe um protocolo“, destacou o psiquiatra Michel.
A responsável pelo departamento de educação especial de Pescaria Brava, Raquel Fernandes Costa da Silva, destaca que o maior desafio nos dias de hoje ainda é a falta de informação. “Muitos pais têm dificuldade de entender como funciona o cérebro do autista, que é diferente“, exemplifica.
O filho de Patricia Correia Machado, de Capivari de Baixo, de 4 anos, foi diagnosticado com transtorno do espectro autista há cinco meses e a mãe teve dificuldades em encontrar tratamentos e terapias adequados. “Autistas são pessoas que precisam de prioridade. Precisamos de mais pessoas capacitadas, especialistas na área“, declarou ela.