Em 1º de janeiro assume a nova safra de prefeitos eleitos e reeleitos em Santa Catarina para um mandato de quatro anos. Isso no primeiro dia do próximo ano.
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Um mês após, exatamente em 1º de fevereiro, teremos a primeira eleição depois do pleito municipal. É uma eleição localizada para a nova mesa diretora da Assembleia.
Transcorrida a eleição municipal, já se observa uma nova queda-de-braço entre o PL e o PSD. O deputado Júlio Garcia, ao que tudo indica, deseja fazer o sucessor de Mauro De Nadal (MDB).
Alguns especulam que ele próprio pode ser o nome. O colunista duvida que Garcia vá se arriscar, mas o fato é que dessa vez o próprio Jorginho Mello mergulhou de cabeça no processo sucessório do Legislativo Estadual e deseja fazer a maioria como consequência da nova composição do governo.
Ajustes à vista
Ao final do ano, ele fará ajustes no governo, aproveitando de dezembro para janeiro, prefeitos que elegeram seus sucessores e também recomposições, considerando o MDB e o PP, que tudo leva a crer, estarão com ele no projeto de recondução 2026.
Na proa
A partir da eleição da mesa, aí Jorginho Mello, que continua presidindo o PL em Santa Catarina, vai desencadear uma nova ofensiva na direção de prefeitos recém-empossados.
Arco partidário
Uma ofensiva que não implica necessariamente já na filiação deles no curtíssimo prazo ao PL, ou ao Republicanos, PRD ou ao Podemos. Essas filiações podem ocorrer em uma data mais próxima do pleito de 2026.
Alvos
O foco especial de Jorginho Mello será sobre prefeitos do PSD, partido que já saiu meio capenga das eleições, elegendo 41 prefeitos. O PP fez 53.
Envergadura
O PP progressista elegeu apenas prefeitos apenas em médias e pequenas cidades. Já o PSD preservou Criciúma, Chapecó, São José e Florianópolis. É verdade.
Só que a Capital não conta. Essa vitória está na conta do governador. Simples assim. Sobra o tripé para o PSD. Chapecó, São José e Criciúma.
Assédio
Agora, cidades de médio e pequeno porte, os prefeitos serão assediados pelo governador. Já tem prefeito apalavrado antes mesmo de tomar posse. A ideia de Jorginho Mello é trazer no mínimo uma dezena de eleitos pelo PSD. Como Topázio já não entra nessa contabilidade, a legenda iniciará 2025 com 40 prefeitos.
Se tirar mais 10, vão sobrar 30. Ou seja, o PSD ficaria disputando com o PSDB e o União Brasil em termos de número de prefeitos.
Balcão
Segundo Jair Bolsonaro, em entrevista nesta semana, o PSD é um partido especialista em fazer negócios. E como está pegando muito mal essa pecha em um Estado essencialmente conservador e potencialmente bolsonarista, os prefeitos já estão de nariz torcido.
Eixos
Tem liderança de direita se preparando para buscar outro eixo. Porque o chefão Gilberto Kassab, do PSD, está agora reivindicando o quarto ministério do governo Lula. E Lula é Lula. Lula é PT. Fez 30% dos votos contra 70% de Jair Bolsonaro em 2022.
Conversa mole
E não adianta vir com a lorota de que os prefeitos não querem entrar em rota de colisão com o governo federal. A verdade é que eles não podem esperar nada da União. Os prefeitos querem é um bom relacionamento com a administração estadual. Aí que entra justamente o cacife de Jorginho para fazer com que o PL bata nos três dígitos de prefeitos.
Elegeu 90. Bastam uma dezena.
Logo depois de sua reeleição, o prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, reuniu-se com a sua bancada do PSD na Câmara. Não só a atual, mas também aquela que vai vigorar a partir da próxima legislatura, a partir de 1º de janeiro.
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Durante o encontro, na avaliação do resultado eleitoral e das perspectivas futuras, o prefeito foi cristalino e falou, em alto e bom som, que estará com Jorginho Mello em 2026. Estará engajado no projeto de reeleição do atual governador.
Com todas as letras, o chefe do Executivo da Capital informou que Jorginho o ajudou a conquistar a recondução. Sem a menor cerimônia.
Topázio dá essa declaração quando o também prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues, já havia dito que será candidato ao governo.
Com a declaração que fez lá atrás, João Rodrigues, evidentemente, está na expectativa de receber o apoio de todos os colegas-prefeitos que, como ele, foram eleitos ou reeleitos pelo PSD. O partido conquistou 41 prefeituras.
Desfalque
Contando com ele próprio, o partido chegou a esse número. Só que ele não terá o apoio dos 41, a começar por Topázio Silveira Neto. Ao colocar que estará com o Jorginho Mello, Topázio pode estar, de um lado, dando um recado de que continua no PSD, mas espera que seu partido esteja na coligação com o atual governador.
Desembarque
Ou, como segunda opção, e mais provável, Topázio indica que, lá à frente, não estará mais no PSD. Provavelmente migrando para o PL de Jorginho Mello ou para algum dos partidos que vão fazer parte do arco de alianças do governador.
Aliados
O PP vai estar com Jorginho, o MDB muito provavelmente. Ainda tem o PDR, Partido Democrático Republicano, que é resultado da fusão do PTB com o Patriota; o Republicanos e o Podemos. O quadro está pra lá de cristalino em relação ao prefeito de Florianópolis.
Envergadura
Ou seja, João Rodrigues dá sua arrancada como pré-candidato já não contando com o apoio do prefeito da Capital, que, aliás, é a principal prefeitura conquistada pelo PSD.
Novo
Até porque Joinville, a maior cidade, ficou com o NOVO na reeleição de Adriano Silva. E a terceira, Blumenau, com o PL.
Eleitorado
Florianópolis é o segundo maior colégio eleitoral. Depois vem São José, que é o quarto maior eleitorado do estado. O PSD, portanto, já sai capenga porque a grande realidade é que o PSD é um partido muito curioso.
Boquinhas mil
João Rodrigues se apresenta como bolsonarista-raiz. Seu partido, contudo, já reivindica um quarto ministério do governo Lula. Os pessedistas já controlam a Pesca, a Agricultura e as Minas Energia.
Incógnita
Então, João Rodrigues estará com quem afinal? Com o PSD de Gilberto Kassab, alinhado a Lula?
Ou com o PSD, também de Kassab, vinculado ao governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos?
Raiz
Sim, porque não existe PSD vinculado a Bolsonaro em Santa Catarina. Até porque quem é Bolsonaro no estado é o PL, é Jorginho Mello. Simples assim.
Coligação
Então, se o prefeito de Chapecó espera pegar uma carona no bolsonarismo em 2026, só se o PSD coligar com o PL.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.