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História recente

Por Cláudio Prisco Paraíso
06/11/2024 - 08h09.Atualizada em 05/11/2024 - 19h46

Vamos refrescar a memória, quando Jorginho Mello ainda era candidato do PL ao governo do estado. Ele já tinha alinhavado uma coligação com o PTB do então deputado Kennedy Nunes, que seria candidato ao Senado. 

Mas, como Jair Bolsonaro de cima para baixo, veio com outro nome, o então Senador precisou puxar o freio de arrumação. Tratava-se, há época, de Jorge Seif que foi secretário da Pesca de Bolsonaro e considerado o 06, tamanha a proximidade com o ex-presidente.

Com Seif indicado ao Senado, Jorginho tentou emplacar Kennedy como vice, mas ele declinou. Acabou concorrendo ao Senado em dobradinha com Esperidião Amin. Foi aí que Jorginho Mello, mais uma vez, fez uma investida na direção de Amin, com quem já havia conversado quando Kennedy  Nunes estava fechado com ele. Isso antes do advento chamado Jorge Seif. 

Oponentes

Mas não teve jeito. Esperidião Amin insistiu até o fim pela candidatura. Ocorreu, então, que Jorginho Mello foi literalmente sozinho para a disputa. Buscou Marilisa Bohem em Joinville. Ela uma delegada aposentada que compôs de vice.

Digerindo

É possível perceber que até hoje Jorginho Mello não absorveu bem essa situação com Esperidião Amin, que não veio para um acordo. Inclusive, Jorginho ofereceu para Angela Amin, ou até mesmo para o então deputado João Amin, a condição de vice. 

Tiro n’água

Mas Esperidião Amin acreditava que a reeleição, tanto da mulher à federal quanto a do filho à Assembleia seria mais fácil com ele concorrendo ao governo do estado.

Enrosco

O que se revelou um equívoco. Se tivesse coligado com Jorginho, Angela hoje seria vice-governadora e muito provavelmente o filho continuaria estadual. E é justamente na Assembleia que reside o problema da convivência do PP em Santa Catarina.

Tripé

Os três deputados do PP, José Milton, Pepê Colaço e Altair Silva, não é de hoje, reivindicam o comando partidário. 

Nada feito

Mas, tanto Esperidião Amin quanto o secretário-geral do PP Aldo Rosa, resistiram e, inclusive, guindaram à presidência alguém que já havia ocupado o comando do partido em outros tempos, o ex-deputado estadual e federal, Leodegar Tiscoski. 

Opção

Nome que o governador estava raciocinando para colocar no Meio Ambiente e Economia Verde como o segundo espaço do PP no primeiro escalão.

Espaço

O problema é que Sílvio Dreveck, ex-deputado e presidente da Assembleia, já está no Desenvolvimento Econômico Sustentável por indicação da cúpula partidária. 

Bancada

Ocorre que agora os três deputados querem não apenas assumir a proa do PP estadual no próximo biênio, mas também querem fazer a indicação de um novo nome ao governador.  Que não seria Leodegar Tiscoski.

Caseiro

Evidentemente que o governador vai mandar a bancada e a executiva chegarem ao entendimento. Só então vai nomear mais um integrante do PP. 

Trio

Sempre lembrando que o governador precisa dos três votos do PP na Assembleia dentro desse acordo que começa pelo MDB, que também terá um reforço de representação no colegiado.

Nomes

Tem hoje Jerry Comper na Infraestrutura e terá Antídio Lunelli ou Volnei Weber na Agricultura e, ainda, Carlos Chiodini na Casa Civil ou na Secretaria de Portos e Aeroportos. Esse grande entendimento na composição do governo, reforçando os espaços de MDB e do PP, tem como objetivo final o compromisso com a reeleição de Jorginho Mello em 2026. Mas também passa pelo dia 1º de fevereiro, data da eleição da nova mesa diretoria da Alesc.

União quer dominar a polícia

Por Cláudio Prisco Paraíso
02/11/2024 - 08h15.Atualizada em 02/11/2024 - 03h15

A chamada PEC da Segurança Pública, na verdade, é uma iniciativa do consórcio STF-Planalto para criar uma polícia que possibilite ao governo federal força (efetivo maior do que os das atuais PRF e PF) e amparo legal para intervenção efetiva em qualquer estado da federação.

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É mais um passo no avanço do projeto de poder e com viés ditatorial. 

Com tal iniciativa, ferem de morte o princípio federativo da autonomia dos estados, desejando criar uma força que alija o exército e as policiais civis e militares dos assuntos relativos à segurança pública ou a ordem interna.

Aumentarão muito, se tiverem sucesso, os investimentos num setor que hoje possui estrutura e pessoal suficientes, só não tem recursos para atuar com eficácia.

Usam uma polícia circunscrita às atividades de trânsito (PRF) como instrumento para a criação de uma guarda pretoriana com poderes gerais. Essa que é a grande verdade. 

Tudo muito bem pensado para seguir solapando a democracia no Brasil. 

Autenticidade

Não seria muito mais lógico e racional a União atuar como um maestro - se a preocupação com a segurança pública for mesmo autêntica - e, no lugar de mais uma polícia, promover a integração e a destinação de recursos financeiros e materiais para as atuais e numerosas polícias estaduais? 

Envergadura

Atualmente, o efetivo das polícias Militar e Civil ultrapassa a casa dos 500.000 integrantes! Imagine o caro leitor os custos com novas estruturas, instalações físicas, pessoal, equipamentos, enfim. Estamos falando de um país com as dificuldades e as limitações do Brasil e onde, historicamente, a Segurança Pública sempre foi relegada a um segundo plano.

Padrão

O que surge no horizonte, de fato, é um padrão de polícia comum das ditaduras que, para se perpetuarem, precisam ter a autonomia e proteção proporcionadas por uma forte polícia centralizada.

Ameaça

Lamentavelmente, o torniquete continua a ser apertado na agonizante democracia brasileira. Sempre com o apoio de parte da chamada mídia e “experts” de plantão. 

Nada disso

Aliás, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), foi incisivo durante a reunião com seus colegas e o presidente da República. Por exemplo, deixou muito claro que tem autonomia e que não vai mandar instalar câmeras na Polícia Militar Goiana. 

Dedo na ferida

O goiano foi bem quando declarou que se partirmos de premissas erradas, chegaremos a resultados errados. Ele também alertou, novamente, para o avanço do crime organizado no Poder Judiciário, no Ministério Público, na política e por aí vai. 

Bombardeio

Lula e a PEC da Segurança, aliás, foram bombardeados por vários mandatários estaduais com críticas as mais variadas. Expuseram claramente as intenções por trás da tal PEC, que só agrada ao consórcio e seus apoiadores do submundo. 

Blindado

Fez muito bem, portanto, o catarinense Jorginho Mello, que não perdeu tempo de ir a Brasília. Certamente já devidamente alertado com antecedência sobre as pretensões de Lula.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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