Recentemente, numa plenária do PT em Joinville, Décio Lima falou, com todas as letras, que estava ansioso pelo debate eleitoral. O petista já participou das últimas duas eleições como candidato a governador.
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Ele afirma que, diante do “sucesso” (uma fábula) do governo Lula, teria condições de debater com Jorginho Mello e João Rodrigues, deixando evidenciado ao eleitorado catarinense os avanços da administração federal. Se vier com essa lorota, será facilmente tratorado pelos adversários.
Isso ocorreu depois que o Palácio do Planalto sinalizou ao presidente do Sebrae Nacional que sua candidatura ao governo seria imprescindível para dar um forte palanque a Lula da Silva no projeto de reeleição.
Câmara Alta
A correção de rumo foi necessária porque Décio Lima já estava com a ideia de concorrer ao Senado e, no segundo voto, beliscar, quem sabe, a segunda vaga. Só que, paralelamente a isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin começou a articular, também com integrantes do PT Nacional, uma alternativa diferenciada em Santa Catarina.
Característica
O estado é conhecido pelo seu perfil potencialmente conservador e, desde 2018, bolsonarista. Então, talvez a estratégia não fosse lançar alguém do PT, mas um nome de perfil menos radical (até com um perfume meio conservador), alguém alistado em um dos apêndices do PT, como o PSB.
Ligações
Neste partido hoje está abrigado o vice-presidente da República, que responde, ainda, pelo Ministério da Indústria e Comércio. Tentaram, inicialmente, o nome de Raimundo Colombo, que foi duas vezes governador e está no PSD, embora meio desconfortável, meio escanteado, considerando que perdeu as duas últimas eleições para o Senado.
Fora dessa
Colombo poderia vir a ser uma alternativa? Ele foi sondado por Gelson Merísio e declinou. O ex-deputado atua, também, como interlocutor de Décio Lima. Aliás, articulou sua candidatura ao governo em 2018.
Nos bastidores
Décio inclusive o convidou para vice. Merísio não aceitou e encaixaram um nome do Sul. Ao Senado, Dário Berger como candidato à reeleição.
Raciocinando
Novamente, Merísio pode estar articulando nos bastidores para encontrar outra alternativa. Mas Raimundo Colombo foi seu correligionário no PSD.
Ex-tucano
O outro nome que está no radar é o do ex-vice-governador, ex-senador e ex-deputado federal Paulo Bauer. Só que aí a interlocução não seria via Gelson Merísio, mas através do próprio Geraldo Alckmin, com quem Paulo Bauer dividiu o mesmo espaço partidário, o PSDB. Ambos frequentaram por muito tempo o ninho dos tucanos. Se conhecem muito bem.
Olho no olho
Recentemente, Paulo Bauer inclusive esteve com Alckmin em Brasília. De início, a pauta seria de natureza administrativa, tendo em vista os novos desafios profissionais de Bauer. Há, contudo, quem já coloque que a conversa política também ocorreu.
Nuvem passageira
Há certa reação em setores do PT ao nome de Paulo Bauer, mas nada que não seja contornável, principalmente se essa solução merecer a aprovação do próprio inquilino do Palácio do Planalto. Se Lula da Silva batizar, confirmar, carimbar, respaldar, todos acabam se submetendo no âmbito do PT catarinense. Isso é uma realidade insofismável.
Guinada
Paulo Bauer já foi candidato a governador em 2014, na reeleição de Raimundo Colombo, e, por menos de um ponto percentual, não provocou o segundo turno.
Diluição
Então, uma vez ele disputando pelo PSB e João Rodrigues pelo PSD, na verdade teríamos três candidaturas conservadoras. Neste contexto, a possibilidade de a eleição não ser liquidada no primeiro turno seria muito grande.
Novos
Até porque não pode ser descartada também uma quarta candidatura: a de Adriano Silva, prefeito de Joinville, que não deseja renunciar. Ocorre que, se Romeu Zema for candidato a presidente, o joinvilense teria que oferecer palanque ao mineiro. Adriano e Zema são correligionários do Novo, partido de direita e conservador.
Nesta segunda-feira, Lula da Silva fez a abertura da COP30. Delegações presentes? Em torno de 20. Gastos de R$ 4 bilhões. O que se acompanhou foram improvisações de toda ordem: desorganização, obras ainda sendo concluídas apesar da dinheirama derramada.
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E também a GLO para dar proteção. Mesmo assim, houve assaltos — e a comida, cara. Enfim, uma bagunça geral. Uma desmoralização do Brasil no exterior. Mas não bastasse a presença inexpressiva de delegações — na COP de 2023 foram quase 140 países representados —, naquele ano não foi só a quantidade de nações, mas a representatividade dos países.
E quem Lula trouxe ao Pará? O príncipe William está por aqui, mas não veio como representante oficial do Reino Unido. Veio em função de todo aquele jogo envolvendo a monarquia e tudo mais. Não representa institucionalmente o país.
Vizinhança
Fiquemos, contudo, na América do Sul. O Uruguai, hoje comandado por um esquerdista, ignorou olimpicamente o evento, assim como os presidentes do Paraguai, do Chile e da Argentina, todos de direita.
Narcoditador
Colômbia e Venezuela, claro, nem poderiam estar aqui. Se Maduro tirar o nariz para fora, será preso. O mesmo vale para Vladimir Putin, que não pode sair da Rússia. Só a fina flor das ditaduras do século XXI.
Iminência
Se o sujeito(Putin) já tem ordem de prisão, a Interpol o detém imediatamente. No contexto dos BRICS — que tem um banco comandado pela ex-presidente, companheira e pupila de Lula da Silva, Dilma Rousseff — quem veio? A China nem respondeu ao chamado.
Onde?
A Índia nem representante mandou, assim como a África do Sul. Na América do Norte, Estados Unidos, Canadá e México simplesmente não tomaram conhecimento da patuscada esquerdista. Gastaram uma dinheirama — do seu, do meu, do nosso bolso— e está tudo mal organizado.
Imagem
Repercussão negativa. E Lula da Silva, que queria uma moeda anti-dólar no BRICS, não viu ninguém marcar presença. Ficou com o pincel e o ônus nas mãos. A própria liderança latino-americana do Brasil ficou comprometida. Daí ele vem com a conversa da questão climática, que é fundamental para o mundo.
Discurso e prática
Ocorre que o próprio Lula mandou implementar a expansão da exploração de petróleo na bacia do Amazonas. Ou seja, dá-lhe combustível fóssil. Não bastasse isso, houve desmatamento, abriram uma estrada na floresta, derrubando árvores que eram consideradas patrimônio da humanidade.
De olho
O próprio presidente Trump disparou contra isso diretamente dos Estados Unidos. Fala-se em superfaturamento, corrupção — ou seja, onde eles metem a mão, vira promiscuidade.
Irrelevante
E nada acontece a ponto de oferecer relevo para o Brasil no cenário internacional. Muito ao contrário. O petista ainda foi, antes da abertura, participar de um evento esvaziado na Colômbia, onde prestou solidariedade a Nicolás Maduro — que está na iminência de ser derrubado. Lula foi além: criticou o presidente Trump pela presença militar ostensiva no Caribe.
Fim da linha
Ou seja, definitivamente o governo Lula está caindo pelas tabelas. Além da incompetência e da corrupção, a situação econômica se agrava dia a dia, com a sociedade vendo seu poder aquisitivo seriamente comprometido. Nada menos que 80% da população brasileira está endividada.
Delírios
Na bolha dos lulofanáticos, no entanto, o governo se manifesta como se tudo estivesse às mil maravilhas: geração de emprego, renda, tudo maravilhoso. Em qual país, cara-pálida? No Brasil, os juros seguem na estratosfera, com a Selic a 15%.
Será?
Ou seja, é um governo cambaleante. É o país caminhando para o precipício. É difícil imaginar como Lula da Silva, o PT e a esquerda vão conseguir se sustentar até outubro do ano que vem, data das eleições gerais.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.