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Seja o que Deus quiser

Por Cláudio Prisco Paraíso
11/11/2025 - 08h55

Qual é a estratégia da esquerda em Santa Catarina? Mais precisamente do PT? Qual a estratégia de uma eventual candidatura alternativa no campo conservador que não seja a de reeleição pelo PL do governador Jorginho Mello?

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Inexistem estratégias, tanto de um lado quanto de outro. Eles apenas estão aguardando o desastre na condução da composição liderada pelo atual governador. Aliás, tudo levava a crer que teríamos uma eleição de turno único, com a reeleição tranquila de Jorginho Mello, com o vice do MDB e as candidaturas ao Senado de Esperidião Amin pela União Progressista e Carol De Toni pelo Partido Liberal.

Estava tudo mais ou menos bem encaminhado, até que ele — sempre ele — Jair Bolsonaro resolveu desarrumar a composição em Santa Catarina, indicando o filho, o 02, vereador há 25 anos no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, como candidato ao Senado.

Matemática

Ao fazê-lo, evidentemente, o ex-presidente avançou sobre o espaço da deputada federal Carol De Toni. Ocorre, no entanto, que Carluxo veio para cá pelas mãos de Carol e começou a correr o estado junto com ela, dizendo que os dois eram os candidatos ao Senado. Mas, alto lá. O cidadão é um estranho, literalmente um penetra.

Falando grosso

E chega na província dizendo que é candidato — mas não só isso — já tentando definir quem disputará com ele ou quem levará os votos junto com ele, ignorando olimpicamente o governador Jorginho Mello.

Proa

Todo governador, em qualquer estado, é o principal líder político. Em Santa Catarina, além de governador, ele é o presidente estadual do PL.

Campinho

Mas, como Jorginho se curvou aos ditames do ex-presidente da República, impondo um candidato ao Senado que é seu filho — assim como já o fez em 2022, quando enfiou, goela abaixo, o 06, que não era filho de sangue, mas meio que adotivo — Bolsonaro se achou o dono da situação.

Timão

Como Jorginho Mello consentiu, acabou perdendo o controle do processo. Só que vieram as reações, certamente estimuladas pelo próprio governador, que não quis criar uma situação de atrito direto com Jair e Carlos Bolsonaro e acionou aquela que, depois de Carol De Toni, foi a segunda maior recordista de votos na eleição proporcional de 2022.

Força

Aliás, Ana Campagnolo fez quase 200 mil votos — mais do que 15 dos 16 deputados federais eleitos, com exceção de Carol. Registre-se que a votação de Campagnolo, proporcionalmente falando, foi muito mais significativa à Assembleia do que a de Carol à Câmara Federal.

Proporções

Ana conquistou quase 200 mil sufrágios à Assembleia. Carol fez quase 250 mil à Câmara Federal, onde há 16 vagas — número inferior de candidatos. A Alesc dispõe de 40 cadeiras e o número de candidatos é sempre muito superior.

Roupa suja

A partir da reação da deputada estadual do PL, foi um bate-boca geral pelas redes sociais, com a reação do próprio Carlos, do irmão Eduardo e a voz de ponderação do primogênito, Flávio — e por aí vai.

Sem condições

Mas, para resumir a história, o cenário segue patinando na tecla da candidatura ao Senado na chapa do governador. O PL conflagrado. Olhando para o futuro breve, está cristalino que Carluxo não tem condições de concorrer em Santa Catarina. Essa ficha terá que cair para ele, para os seus irmãos, para o seu pai — porque, se concorrer, corre o sério risco de ser derrotado.

Alerta

Este seria um péssimo cenário para o governador, pois há a possibilidade de esse “projeto” esfarelar o potencial eleitoral do bolsonarismo em Santa Catarina. Porque a origem do perfil eleitoral de Santa Catarina não está no bolsonarismo — está no conservadorismo.

Guinada

A partir de 2018, esse conservadorismo ganhou tonalidades de bolsonarismo. Portanto, se Bolsonaro não deseja perder a condição de estrela política em Santa Catarina, que se livre o quanto antes de Carluxo como candidato por aqui e o lance em outro estado. Sem o que, ele pode ser derrotado — e o bolsonarismo pode deixar de existir em Santa Catarina, estado que parece rumar para a retomada apenas das características do conservadorismo.

Definição estadual atrelada à nacional

Por Cláudio Prisco Paraíso
08/11/2025 - 10h13

Nas eleições de 2022, foram registradas e homologadas cinco candidaturas conservadoras para o governo do estado. E quem carimbou o passaporte ao segundo turno, para enfrentar o candidato do PT, Décio Lima, foi o liberal Jorginho Mello.

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Pela estrada ficaram Gean Loureiro, Esperidião Amin, Carlos Moisés e Odair Tramontin. Para 2026, temos a perspectiva de apenas duas candidaturas. Jorginho Mello, naturalmente, é candidato à reeleição. E o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que sinaliza a disposição de enfrentar o atual mandatário nas urnas. Aliás, em 2022, o pessedista já havia ameaçado uma candidatura, mas acabou recuando. Em 2026, Rodrigues ficará na dependência do panorama nacional.

Hoje nós temos quatro governadores que se colocaram para a disputa presidencial. Embora Tarcísio de Freitas negue e garanta que vá à reeleição em São Paulo, seu nome está posto. Assim como o de Romeu Zema, pelo Novo de Minas Gerais; Ratinho Júnior, pelo PSD do Paraná; e Ronaldo Caiado, pelo União Progressista de Goiás.

Pivô

Os últimos três já estão cumprindo o segundo mandato, diferentemente de Tarcísio. E o reflexo desse desfecho de candidatura conservadora à Presidência em Santa Catarina? Se o governador de São Paulo for o candidato, os outros três desistem e o respaldam. Talvez um deles possa até vir a compor de vice.

Liberal

Tarcísio, hoje filiado ao Republicanos, mas que poderia concorrer pelo PL. Independentemente do desfecho, para Jorginho Mello seria perfeito, porque ele controla o Republicanos no estado. O partido virou uma extensão do PL, que é presidido pelo governador. Então essa solução seria perfeita para Jorginho.

Tripé

Agora, na eventualidade dele não renunciar e buscar a recondução no maior estado da federação, aí o quadro se altera substancialmente porque os outros três poderiam ir para a disputa nacional, e aquele que obtiver a maior votação receberia o apoio dos outros para enfrentar Lula da Silva no segundo turno.

Palanques

No caso, Ratinho Jr. teria que ter o palanque de João Rodrigues em Santa Catarina, assim como Romeu Zema o de Adriano Silva, prefeito reeleito de Joinville, que deseja completar o mandato. Mas teria que praticar esse gesto.

Federados

Quanto a Caiado, é fundamental aguardar se efetivamente a federação entre União Brasil e PP será avalizada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Se for, alguém teria que oferecer palanque ao governador goiano.

Procura-se

Mas, quem seria esse nome em SC? Esperidião Amin? Pouco provável. Já disputou a última. Seria Fábio Schiochett, que é o único deputado federal? A federação conta hoje com seis deputados estaduais. Vicente Caropreso deve se unir ao grupo na janela de março. Seria o sétimo. Nenhum deles, contudo, tem envergadura para uma candidatura a governador. Só se aparecesse algum empresário.

Junção

Mas, também, não está descartada a possibilidade de dois desses três governadores buscarem uma composição. Por exemplo. Ratinho Júnior e Romeu Zema poderiam formar uma dobradinha. Nesse caso, o Novo poderia ser levado a coligar-se com o PSD em Santa Catarina para enfrentar Jorginho Mello. Não havendo essa dobradinha presidencial, com Zema e Ratinho, então SC poderia contar com três candidaturas conservadoras ao governo no próximo ano.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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