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O atentado à vida, à democracia, ao contraditório, à civilização

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/07/2024 - 09h43.Atualizada em 16/07/2024 - 09h43

O mundo está perplexo com o que transcorreu no último final de semana, precisamente no sábado, na Pensilvânia, com o atentado contra o ex-presidente e candidato, Donald Trump.

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Perplexidade na medida em que mostra como a nossa sociedade está doente e radicalizada nas suas convicções políticas e ideológicas. Evidentemente que o episódio vai produzir reflexos não apenas na eleição americana, mas em boa parte dos países, especialmente nos do ocidente.

Não há como ignorar essa situação, particularmente em terras tupiniquins. Considerando a proximidade de Trump com a principal liderança do conservadorismo brasileiro, o também ex-presidente Jair Bolsonaro, que já se manifestou e prestou sua solidariedade ao norte-americano.

É evidente que  não ficamos restritos ao ambiente continental, seja da América do Norte, da América do Sul ou da América Central.

Claro que não. Isso também chega à comunidade europeia. Mesmo assim, vamos nos ater mais ao contexto brasileiro.

Estamos em 2024, ano de eleição municipal. As questões locais, regionais acabam prevalecendo na hora em que o eleitor aperta o confirma nas urnas.

Prévias

 Mas as eleições deste ano, elas representam uma espécie de prévia para o processo eleitoral estadual e nacional de 2026.

Turbinada

Com o episódio registrado no último sábado, evidentemente a recandidatura de Donald Trump pelo Partido Republicano se fortalece. Na eventualidade da sua eleição, não resta a menor dúvida de que os desdobramentos vão se registrar, sim, aqui no Brasil. Olhando, claro, para 2026.

Sem Bolsonaro

E não vão provocar desdobramentos apenas partindo da premissa de que Bolsonaro possa estar com seus direitos políticos restabelecidos, derrubando aquilo que está estabelecido, que é a sua impossibilidade de disputar as eleições.  Vamos partir do princípio, da premissa de que Bolsonaro está fora do jogo.

Antes tarde

Mas é claro que todo esse quadro acaba provocando ventos a favor da direita, a favor do conservadorismo. Até porque o desgoverno Lula da Silva e os desatinos do inquilino do Palácio do Planalto, delirante, completamente fora de foco, contribuem para a alternância do poder.

Ideologia

Não vamos nos fixar em nomes, se poderá ser Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas, ou seja lá quem for.

Nota só

O fato é que o PT só tem Lula da Silva. Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, ex-governador da Bahia por oito anos; Camilo Santana, também ex-governador do Ceará, ministro da Educação… zero chance para este tipo de perfil. Zero.

Mais zeros

Quem sabe então Gleisi Hoffmann, a narizinho, ex-senadora, deputada, presidente do partido no Plano Nacional. Zero. Opa, mas o PT tem o eterno poste Fernando Haddad, que já disputou a eleição em 2018, quando Lula da Silva cumpria a pena em Curitiba. Zero. O PT só conta com ele, o fundador número um do Partido dos Trabalhadores, a deidade que move os lulofanáticos. Simples assim.

Fixação

De 1989 para cá, nós tivemos oito eleições. Lula, eternamente em campanha e sempre no palanque (exceção feita aos 580 dias que esteve no xilindró) disputou cinco delas. Haddad, por impossibilidade do líder supremo, concorreu em 2018. Dilma, a inepta, foi o nome vermelho em 2010 e 2014.

Pinus elliottis

São as únicas três figuras do PT. Haddad não consolidou a liderança. Dilma pertence ao passado, foi cassada na segunda metade do seu segundo mandato, e escancarou a absoluta incapacidade, e o tamanho do devaneio petista, para cumprir as funções presidenciais.

Ele, ele, ele

O PT só tem Lula. Um cidadão completamente combalido. De modo que à esquerda vai ter que encontrar um nome se ainda quiser ter algum futuro.

Baú de novidades

É pouco provável que o ache nesse curto espaço de tempo. Tudo leva a crer que daqui para frente, tanto pela influência internacional, quanto pela realidade nacional, o país caminha para a retomada do controle do poder central por uma liderança conservadora de direita.

O substituto de Jair Bolsonaro

Por Cláudio Prisco Paraíso
12/07/2024 - 08h26.Atualizada em 12/07/2024 - 08h26

O PL Nacional está se estruturando para ter uma candidatura própria à Presidência da República.  Quem seria o candidato? O primogênito de Jair Bolsonaro, Flávio, é uma opção para ficar na família, na questão do sangue.

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A segunda opção, desde que assine ficha no PL, é Tarcísio de Freitas. Um empecilho maior do que o endereço partidário para ele, contudo, é decidir pela renúncia ao governo de São Paulo.

A terceira alternativa seria buscar um entendimento com Ronaldo Caiado, reeleito governador de Goiás. Também não se pode esquecer de Romeu Zema, reeleito de Minas Gerais. Caiado é filiado ao União Brasil e Zema ao Novo.

Enfim, as alternativas são as mais variadas. Há, também, quem raciocine que mais importante do que a Presidência da República é, efetivamente, aproveitar a renovação de dois terços do Senado da República para tentar cravar o maior número possível de senadores de direita. O foco é o Senado porque na Câmara a maioria já foi bem estabelecida em 2022.

Oposição majoritária

Lula da Silva tem passado trabalho entre os deputados. Aqui ou ali conquista uma vitória, mas, esmagadoramente, vem colecionando derrotas. Então é hora de tentar controlar, buscar uma bancada majoritária na Câmara Alta.

Margem de segurança

Evidentemente que o PL almeja eleger o presidente. Mas, continuando na oposição e obtendo maioria nas duas Casas Legislativas, será possível brecar algumas situações. Além de ter algum tipo de controle sobre aquilo que hoje está completamente descontrolado, que é o Supremo Tribunal Federal.

Dever constitucional

O Senado, além de abrigar os representantes dos estados no Congresso Nacional, tem atribuições constitucionais importantes no contexto da República. Inclusive a de sabatinar e de aprovar ministros supremos e cobrar deles a devida prestação de contas.

Lacaio

Sob a presidência do serviçal, do capacho Rodrigo Pacheco, o Senado simplesmente faz cara de paisagem ante as atrocidades constitucionais, legais e processuais cometidas sistematicamente por integrantes da suprema corte.

Frouxo

Pacheco, filiado ao PSD de Minas Gerais, fica contemporizando, fazendo média com o Supremo e o Planalto.  Na verdade, ele é uma extensão do consórcio STF-Planalto.

Guinada

Agora, se a oposição eleger uma maioria lá na frente, a história poderá ser outra, porque o presidente da Casa não estará à mercê dessas circunstâncias.  

Noite

A grande realidade é que hoje o governo Lula, ou desgoverno Lula, vem fazendo e desfazendo coisas do arco-da-velha, como as negociatas para favorecer o sempre suspeitíssimo Grupo JBS, e não sofre nenhum tipo de questionamento do Supremo. Nada, zero.

Dia

No governo do antecessor do atual inquilino do Palácio Planalto, a cada dois, três dias, Alexandre de Moraes, o déspota, ou algum outro ministro, despachava esclarecimentos, pedidos para o governo responder em 24 horas, 48 horas. Além de derrubar, não raras vezes, decisões tomadas a partir do poder discricionário do cargo de presidente da República, por despacho monocrático, impedindo o avanço do governo em algumas frentes.

Só alegria

A realidade é um céu de brigadeiro para o governo Lula. Por quê?  Porque existe o consórcio, estão alinhados. Primeiro porque foram os senhores e senhoras ministros e ministras do STF, os responsáveis por libertar Lula e restabelecer os seus direitos políticos. Segundo porque conduziram as eleições de 2022 de forma tendenciosa, e, como cereja do bolo, ainda acomodaram Geraldo Alckmin como vice.

Estepe

Precisando se livrar do cidadão que foi importante para derrotar Bolsonaro, os supremos podem entregar o país para aquele que representa o status quo. Simples assim.  Essa é a realidade.

Recordista

Foi nesse diapasão que Nikolas Ferreira, que obteve a maior votação proporcional do país, um milhão e meio de votos para deputado federal em Minas Gerais, deu uma declaração interessante. Ele defende a família Bolsonaro no Senado: Michelle pelo Distrito Federal; Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal, por São Paulo, concorrendo ao Senado; e Flávio Bolsonaro buscando a reeleição no Rio de Janeiro.

Conexão SC

Como Carlos Bolsonaro também tem sua base eleitoral no Rio de Janeiro, onde é vereador, ele poderia transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina,  candidatando-se ao Senado na chapa de reeleição de Jorginho Mello ao governo.

Dupla

Mas serão duas vagas ao Senado no pleito de 2026.  Poderíamos então ter Carlos Bolsonaro e um outro nome como Esperidião Amin na majoritária. E o MDB de vice.  Até porque o filho 04 já está em Balneário Camboriú concorrendo a vereador, para depois ir a federal.

Linhagem

Além do 04 já estar por aqui, vale lembrar que, em 2022, Bolsonaro indicou o 06, adotivo, Jorge Seif, para concorrer ao Senado e se eleger com um milhão e meio de votos.  Já andam propagando que seria influência demais dos Bolsonaros no eleitorado de Santa Catarina.  O eleitor que escolhe. Não é assim nos regimes democráticos?

É do jogo

Se o eleitor está alinhado a Bolsonaro e o ex-presidente indica um filho carioca para disputar aqui, ele transferindo domicílio eleitoral, qual é o problema?  Podem questionar, ainda, se nós não temos lideranças disponíveis e qualificadas? Temos. Mas hoje o quadro é esse.  Santa Catarina tem ojeriza à esquerda e, particularmente, ao PT.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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