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Direita, volver!

Por Cláudio Prisco Paraíso
30/08/2024 - 12h26.Atualizada em 30/08/2024 - 12h27

Pablo Marçal. Surgiu um verdadeiro tsunami da política brasileira.  Não se fala de outra coisa hoje no país, em qualquer parte. Claro que, especialmente nos principais conglomerados urbanos, virou assunto desde que a corrida sucessória pela prefeitura de São Paulo começou.

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Talvez a figura dele não esteja merecendo maior destaque apenas nas pequenas cidades do interior, no Norte e Nordeste. Mas onde as notícias políticas ganham um pouco mais de relevância ou dimensão, seguramente os movimentos estão se fazendo presentes. Ele e sua metralhadora giratória estão na ordem do dia. 

Pablo Marçal lembra, de um lado, pelas convicções ideológicas à direita, Jair Bolsonaro, um fenômeno eleitoral assim como começa a se transformar Marçal.

Mas também no seu jeitão, jovem, impetuoso, faz lembrar Fernando Collor de Mello quando surgiu como caçador de Marajás. Ele era governador de Alagoas. Se elegeu presidente da República no restabelecimento das eleições em 1989. 

Seria Marçal, nuvem passageira ou uma elevação do nível das águas a partir do surgimento do tsunami. O articulista aposta que ele veio pra ficar na eleição de São Paulo.  Não tem mais possibilidade de reversão no contexto eleitoral, a não ser que cassem sua candidatura.

Maremoto

A onda chegou. Pablo Marçal contagiou não apenas parte considerável do eleitorado paulistano, mas de todo o Brasil.  Ele surge também com outra característica em relação à Bolsonaro. 

Na mira

Veste o figurino de um candidato e de um líder político antissistema. E só o sistema pode impedi-lo de chegar à prefeitura da maior capital do hemisfério Sul, inviabilizando sua candidatura. 

Sempre eles

Carmen Lúcia, ministra do STF, com aquele seu jeitinho sutil, suave, defensora do processo democrático, resolveu tirar uma ação que estava engavetada no TSE, Tribunal Superior Eleitoral. A peça dormitava já há alguns anos, envolvendo o partido onde hoje está afiliado Marçal, que pode culminar com a anulação de todos os atos dos últimos tempos da legenda, no caso, o PRTB. 

Passaporte

Se a turma que defende a democracia sem nunca ter recebido um único voto e lançando mão de decisões monocráticas, não conseguir impugnar, derrubar a candidatura de Marçal, parece inapelável a sua chegada ao segundo turno. É pouco provável que ele liquide a fatura no primeiro round. É a nova onda. Agora é conferir com qual altura e força ela arrebentará na praia do dia 6 de outubro. 

Forte

É só lembrar de Bolsonaro em 2018 no plano nacional e em Santa Catarina de maneira absolutamente surpreendente. E como fica Bolsonaro? O PL? A família do ex-presidente fechou com o atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB. 

Atravessado

Mas a coisa está meio enviesada. Nunes não traz o bolsonarismo para dentro da sua campanha. Vai além. Até mantém uma distância regulamentar em relação ao próprio Jair Bolsonaro.

Espectro

Só que está surgindo uma nova liderança de direita com repercussão nacional. Isso é bom para a direita, claro, a reforça ainda mais, trazendo ao cenário mais uma alternativa. Mas, a família Bolsonaro pode enxergar esse movimento como uma ameaça. 

Viva a democracia

Em 2026, Bolsonaro estará, até segunda ordem, inelegível. Quem for o ungido à direita para a disputa presidencial talvez não tenha que ouvir apenas Bolsonaro, mas também Marçal, uma vez eleito.

Incógnita

E o PL? Vai daqui a pouco ficar nessa canoa furada de Ricardo Nunes, que deve estar derretendo, ou está observando para ver se vai ser impugnada ou não a candidatura de Marçal? Na eventualidade dele continuar na campanha, como vai ser? Contínua com Nunes? Só que Marçal vai para o segundo turno contra o invasor juramentado de propriedades privadas. É um cenário em que Marçal tem tudo para ganhar a eleição. 

Encruzilhada

E como fica o bolsonarismo? Não só na capital paulista, mas em todo o estado? Somente a cidade de São Paulo tem mais de 10 milhões de eleitores. O estado tem quase de 40 milhões de votantes. É uma onda que pode irradiar para outros estados, colocando em xeque o domínio bolsonarista no espectro ideológico de direita.

2026 passa por 2024 e 2025

Por Cláudio Prisco Paraíso
29/08/2024 - 09h17.Atualizada em 29/08/2024 - 09h17

Estamos na eminência das eleições municipais.  Praticamente faltam 40 dias, que prometem ser eletrizantes em todo o Brasil, inclusive em Santa Catarina.

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Mas, transcorrido o embate municipal, nós entramos em 2025, quando haverá a renovação das mesas diretoras das casas legislativas. Não apenas das assembleias legislativas nos estados, mas também em Brasília, no Congresso, composto por Câmara e Senado.

No Senado, tudo leva a crer que aquele que foi ungido por Davi Alcolumbre, Rodrigo Pacheco, que fez dois mandatos seguidos, porque em legislaturas distintas, tem tudo para ser sucedido pelo próprio Alcolumbre. Na Câmara, várias candidaturas estão postas, mas caberá a escolha ao todo-poderoso Arthur Lira. Dificilmente ele deixará de fazer o seu sucessor.

Tempo voa

Essa reflexão é importante porque 2026 já está quase ali. Será o ano da eleição nacional e da estadual. Pleito futuro que passa pela escolha tanto dos presidentes das assembleias legislativa, quanto pela dos presidentes da Câmara e do Senado.

Reflexos

Eles exercerão influência em 2026, indiscutivelmente.  É claro que o resultado das urnas, agora em outubro, em muitos casos dia 6, e alguns no dia 27 (data do segundo turno), também vão interferir na escolha dos presidentes de parlamentos nos estados e em Brasília.

Zonzo

Em Santa Catarina, por exemplo, com o PSD batendo pino, especialmente nos 13, 14 municípios com mais de 100 mil eleitores, o partido chega enfraquecido para a mesa diretora da Alesc.   

Pêndulo

Na outra ponta, com Jorginho Mello elegendo a maioria dos prefeitos das principais cidades, o PL chega ainda mais fortalecido porque já tem a máquina do governo, cargos, emendas parlamentares, enfim, recursos para as bases dos parlamentares.  

De cima

E assim será em Brasília. Lula já declarou que não quer se meter na sucessão parlamentar. Lá no primeiro período do petista, no começo do século, ele indicou um candidato do PT e foi derrotado por Severino Cavalcanti, aquele do baixo claro que acabou depois saindo pela porta dos fundos por maracutaias na pilotagem da Câmara dos Deputados.

Acuado

Nesse contexto também entra a situação de Alexandre, que está vulnerabilizado, debilitado com os vazamentos a partir da vaza-toga.

Olho no voto

Talvez Davi Alcolumbre, vislumbrando as eleições de 2030, porque ele renovou o mandato em 2022, tenha uma atitude diferente se realmente for confirmado na proa do Senado. 

Marcado

Mas Rodrigo Pacheco, o seu afilhado, cujo mandato expira em 2026, quando ele deve buscar uma nova candidatura à Câmara Alta, tem tudo para ser varrido pelo eleitorado mineiro. Sua ficha é extensa. Ele vem segurando 70 pedidos de impeachment, dos quais 25 somente pela degola de Alexandre. Isso será muito explorado na campanha.  

Frigir dos ovos

Então, tanto a eleição municipal agora de outubro, quanto a renovação das mesas em fevereiro de 2025, nos estados e em Brasília, vão exercer influência estratégica e decisiva no processo eleitoral de 2026.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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