7 de setembro, data marcante para todos nós brasileiros. Por uma ironia muito agradável, caiu num sábado.
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Em Brasília, a solenidade oficial. Em São Paulo e várias outras cidades pelo Brasil, protestos pedindo impeachment de Alexandre de Moraes. Mas mais do que isso, também anistia para aqueles brasileiros condenados, aprisionados e denunciados, injusta e ilegalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, especialmente a partir da ofensiva deste fora-da-lei, que além de criminoso, não passa de um psicopata.
Pois muito bem. O que se observou? A esplanada dos ministérios vazia. Mas literalmente vazia, diferentemente dos anos anteriores.
Não nos referimos a 2023, que também esteve igualmente às moscas. Mas uma realidade incontestável. Enquanto Bolsonaro foi presidente, era um mar de gente.
Inconteste
Essa que é a grande realidade. Em compensação, ele agora, fora da presidência, inelegível, por ordem de Alexandre de Moraes, numa forçação de barra descomunal, reúne uma verdadeira multidão na Avenida Paulista.
Mea culpa
Ele procurou se redimir daquela declaração equivocada, da quinta-feira, dando a entender que ia novamente amarelar, como fez pós-sete de setembro de 21.
Representação
Depois do povo ter autorizado o uso de energia, ele, certamente ameaçado de prisão, ou ele, ou seus filhos, ou toda a família, deu aquela recuada, após ter chamado Alexandre de Moraes de canalha e que não iria cumprir decisão judicial dele.
Mentor
No dia seguinte, recorreu a Michel Temer, que foi quem nomeou Alexandre de Moraes ministro da Justiça e foi quem o enviou, que o mandou para o Supremo Tribunal Federal. Voltemos ao sábado, 7 de setembro. Bolsonaro reafirmou o seu vigor, depois de uma claudicada, qualificando Alexandre de Moraes de ditador, que é muito mais do que ditador, é um tirano, é um crápula, inescrupuloso.
De costas
Em Brasília, o que se viu, além da ausência do povo, da população? Só quem foi aplaudir os farsantes foram funcionários públicos, integrante do governo e familiares de militares que desfilavam. Lula da Silva, patético como sempre, acenando para o vazio, para o nada. Aliás, ele é um nada, além, evidentemente, de ladrão e corrupto.
Para o povo
E quem compareceu ao 7 de Setembro do consórcio? Além de seus ministros, inclusive os militares e comandantes das forças, lá estavam representantes da Suprema Corte. A começar pelo seu presidente, Luiz Roberto Barroso, Barrozinho, o próprio Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes. Todos lá.
Muito a comemorar
Mas não ficou só nisso. Depois a alta cúpula do consórcio foi para um convescote no Palácio Alvorada, atendendo o convite de sua excelência, Lula da Silva, enquanto Alexandre de Moraes era “homenageado” Brasil afora, a começar pela paulista.
Digno de registro
Parabéns para Arthur Lira, presidente da Câmara, que ignorou tanto o desfile de 7 de Setembro em Brasília quanto o convescote, ao qual Rodrigo Pacheco não compareceu. O lacaio que preside o Senado esteve no palanque consorcial em Brasília.
Democracia forte
Nunca é demais lembrar que, nos Estados Unidos, não se encontra, sob nenhuma hipótese, algum ministro da Suprema Corte participando de evento oficial do governo, seguido de almoço.
Mãe Joana
Vivemos uma promiscuidade total sob o aspecto institucional, mediante um consórcio espúrio, imoral, covarde, ditatorial, formado por Executivo e STF; além de um Congresso acovardado.
Engajamento
Muito improvável que, o pedido de impeachment entregue ontem a Rodrigo Pacheco venha a avançar. Entre senadores e deputados 200 assinaturas.
Número
Considerando-se que temos 594 congressistas, duzentas assinaturas significam pouco mais de um terço das duas Casas Legislativas. Mas já é significativo.
Sábado, 7 de setembro, cai num fim de semana, deixando tudo mais propício para a grande mobilização nacional.
Claro que o ponto alto vai ocorrer em São Paulo, na Avenida Paulista, mas também haverá movimentação em diversas capitais, inclusive Florianópolis, e, quem sabe, grandes cidades, como Joinville, Blumenau e tantas outras, com o povo na rua, ocupando o asfalto.
Isso é fundamental. Chega de arbítrio, de abuso de autoridade, de arrogância, de tirania, de atos criminosos. De atitudes de alguém que pode ser classificado como um fora-da-lei.
Esse é Alexandre de Moraes. Ele precisa ser impedido, ser destituído pelo impeachment. Na melhor das hipóteses, Rodrigo Pacheco tem que ficar na obrigação de abrir um pedido de impeachment para ser colocado em discussão em plenário.
Até hoje, esse advogado travestido de senador – cujo escritório do qual era sócio patrocina ação bilionária que se encontra no STF! – engavetou as dezenas de pedidos de impedimento de Alexandre. A população nas ruas será um instrumento de pressão na direção do Congresso Nacional.
Placar
Até o fechamento da coluna, mais de 140 deputados federais, de 513, haviam endossado o mais recente pedido de impeachment de Alexandre. É um bom número, mas num cotejamento de quinhentos e treze é muito pouco.
Câmara Alta
Assim como vinte e cinco senadores que já se manifestaram favoravelmente a que se retire o tirano da suprema corte – num universo de 81, é muito pouco também. Mas, de qualquer maneira, estamos falando aí de cento e setenta e tantos congressistas.
Save the date
Esse pedido de impeachment será apresentado na segunda-feira. Depois de a população brasileira ter se manifestado nas ruas neste sábado.
Pressão virtual
Além das ruas, a sociedade tem que seguir pressionando via WhatsApp, via e-mail, via redes sociais, as mais variadas, para pressionar o seu deputado, o seu senador a não dar quórum daqui em diante.
Obstrução
Tem que parar o Congresso Nacional. Não se vota mais nada, nem na Câmara e nem no Senado. Até que, efetivamente, um pedido de impeachment seja colocado em avaliação e em discussão.
Anistia
E não se fala apenas em abrir pedido de impeachment. Tem que dar anistia para todos esses que foram condenados de forma leviana e injusta por conta do 8 de janeiro. Tem que abrir uma CPI de abuso de autoridade na Câmara dos Deputados. Tem que restabelecer a liberdade de expressão neste país.
Cala-te
Não podemos aceitar censura prévia. E o pior, de forma seletiva. A Vaza-Toga está mostrando que Alexandre escolhia quem ele queria para investigar. Sem objeto, sem fato, de forma aleatória. Todos os alvos, claro, eram e são de direita, ligados a Jair Bolsonaro. Que é isso?
Déspota
Até cidadãos comuns passaram a ser investigados só porque tinham posição ideológica contrária à dos ministros do Supremo e à posição do senhor Alexandre, o diminuto.
Perseguição sem fim
Agora, esse inquérito do fim do mundo, interminável, que começou a 14 de março de 2019, mais de cinco anos, portanto, contempla também nesse inquérito investigação para quem vazou as conversas de seus auxiliares com o tal perito que fazia o rastreamento das redes sociais. Os absurdos só aumentam. E se acumulam.
Foco
Não é questão de saber se é verdade ou não o que tem sido publicado pelo jornalista Glenn Greenwald. Alexandre quer descobrir quem vazou. E ele é o relator do fim do mundo. Ele, além de ser delegado, promotor e juiz, é o relator de uma situação em que ele é vítima, ele é objeto.
Poder ilimitado
Então, não temos mais limites. Chegou a hora de dar um basta. Não podemos mais nos sujeitar a esse consórcio famigerado, funesto e putrificado do Supremo com o Planalto.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.