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Em meio às comemorações do aniversário de Tubarão, a reportagem da Revista Única teve a oportunidade exclusiva nesta sexta-feira, 26 de maio, de conhecer a história de uma grande guerreira.
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A jovem Ana Júlia Cardoso Cabral, de 21 anos, se recupera de um transplante de rim no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, mas esse é só mais um dos muitos capítulos desafiadores de sua vida. Até seus primeiros 18 meses de vida, a tubaronense era uma menina saudável, mas, ao contrair uma gripe, tudo mudou.
O quadro evoluiu para uma pneumonia, que lhe causou debilidade. Com isso, ela foi infectada por uma bactéria muito resistente que evoluiu para sepse. "Ela chegou a ser desenganada. Mas, com o passar do tempo, conseguiu reverter esse quadro, porém com sequelas nos rins em virtude do tratamento. Foi necessário fazer diálise por mais um ano e meio. Quando ela já tinha três anos de idade o rim que estava mais afetado melhorou retomando 50% da capacidade", detalha a mãe, Scheila Oliveira Cardoso Nakamura.
Nessa ocasião, os médicos alertaram que provavelmente ao entrar na adolescência novos problemas poderiam surgir. "O rim não conseguiu acompanhar o crescimento e, o que já havia sido previsto, aconteceu: ela precisou de um transplante", explica Scheila.
Ela foi encaminhada para Porto Alegre, onde é realizado transplante pediátrico, pois em Santa Catarina o procedimento ainda não é feito. Por uma grande sorte a sua mãe, que sempre se dedicou a cuidar de Ana, era compatível. Então ela não precisou entrar na fila de espera.
"Eu doei o rim esquerdo para ela. Foi quando ela tinha 11 anos, em 16 de maio de 2013. Felizmente deu tudo certo e durante quase dez anos ela pôde ter uma vida relativamente saudável e mais tranquila", relembra a mãe.
Alguns meses se passaram e começaram algumas intercorrências. A menina começou a desenvolver um quadro de rejeição grave, tratou durante aproximadamente três meses, até conseguir novamente reverter. Contudo, a função renal ficou comprometida.
“Ela foi perdendo a eficiência deste rim gradativamente e teve que entrar em hemodiálise para sobreviver em agosto do ano passado, até que neste último dia 24 de maio, apareceu um doador compatível. Ela está na UTI em recuperação, mas está correndo tudo bem", comemora Scheila.
Ana Júlia é estudante de biomedicina, está no sexto semestre e sonha em ser perita criminal. Com o apoio total da mãe, e o carinho do irmão de 15 anos, e do padrasto que tem a distinção só na denominação, pois a considera como filha legítima, a jovem responde com muita motivação mesmo em meio a todos esses problemas.
"Nossa família é muito unida e feliz. A Ana Júlia é uma menina que transborda muita alegria que por onde passa, é como raio de luz, linda, de bem com a vida. Embora tão jovem e desde de bebê enfrentando muitas batalhas pela vida, ela é uma guerreira e de um bom-humor que contagia", salienta a mãe orgulhosa.