Ações de controle, combate e conscientização do Governo Municipal contribuíram significativamente para índices tão positivos
A Secretarial Municipal de Saúde, através do Programa de Combate à Dengue (PCD), implementado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), tem trabalhado intensamente no combate à Dengue, Chikungunya e Zika vírus, e à infestação pelo mosquito Aedes aegypti.
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Criciúma é o único município entre as cidades de Santa Catarina com mais de 200 mil habitantes, como Joinville, Florianópolis e Blumenau, a não possuir registros de casos de Dengue autóctone (contraído no município) neste ano.
Esse resultado positivo se deve às atividades permanentes desenvolvidas pelos Agentes de Combate às Endemias e às ações educativas em Criciúma.
Segundo o Boletim Entomo epidemiológico, divulgado pelo Programa de Combate à Dengue, Criciúma é classificada atualmente como uma área não infestada pelo vetor (Aedes aegypti).
De janeiro de 2025 até o momento, 73 pessoas com suspeitas da doença foram investigadas, entretanto apenas três estavam infectadas pela Dengue.
Todas foram classificadas como caso importado, ou seja, que contraiu em outra região, pois houve histórico de deslocamento dos pacientes para áreas onde a doença é considerada endêmica.
O prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola, destaca a importância do Programa de Combate à Dengue, bem como a atuação conjunta dos demais setores e órgãos públicos no controle do mosquito e das principais arboviroses que transmite.
A luta contra os arbovírus deve ser contínua. Em 2025, até o momento, a equipe já identificou 31 focos do mosquito A. aegypti durante o procedimento denominado Delimitação de Foco (DF).
Ações nas escolas
Em parceria com a Vigilância Sanitária, os agentes desenvolvem ações educativas em escolas ao longo de todo o ano, bem como a realização de campanhas, como o Dia D no mês de novembro, para conscientizar sobre o papel da população no auxílio ao controle do mosquito e das doenças que ele podem transmitir.
Conheça as atividades permanentes executadas pelo município
O Departamento de Investigação Epidemiológica do Município desempenha um papel fundamental no enfrentamento de casos suspeitos de dengue.
Para atingir a excelência no combate a Dengue, os Agentes de Combate às Endemias de Criciúma desenvolvem atividades permanentes, como o monitoramento semanal de armadilhas larvitrampas (pneus), distribuídas a cada 200 metros em todos os bairros do município.
Essa ação permite a coleta de larvas e pupas de mosquitos para identificação da espécie encontrada.
O município possui atualmente cerca de 660 armadilhas monitoradas. Neste ano, aproximadamente 73% das detecções foram feitas a partir de armadilhas desse tipo.
Outra iniciativa é o monitoramento quinzenal dos Pontos Estratégicos (PE), que são locais com grande quantidade de depósitos que podem acumular água, sendo considerados vulneráveis à introdução e à disseminação do mosquito, como cemitérios, borracharias, reciclagens, entre outros.
Nesses locais, também são coletadas amostras da forma larval do Aedes para identificação. Atualmente, há aproximadamente 182 locais cadastrados e que estão em acompanhamento.
Os agentes também coordenam uma investigação ambiental e vetorial de casos humanos suspeitos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, notificados em unidades de saúde, hospitais e outros serviços de saúde, encaminhados ao CCZ.
Desta forma, desencadeiam um procedimento denominado Pesquisa Vetorial Específica (PVE), que consiste em visitas, realizadas em um raio de 50 metros, traçado a partir da residência desses casos, a fim de identificar criadouros e a presença do mosquito, permitindo o controle rápido e eficaz de possíveis focos.
A Delimitação de Foco (DF), procedimento que consiste na inspeção de imóveis próximos ao local onde foram encontradas larvas do mosquito A. aegypti, são realizadas a fim de eliminar os potenciais focos do vetor, através de orientações aos moradores, eliminação de recipientes e/ou tratamento com larvicida nos objetos que não podem ser destruídos ou removidos, como as calhas de água.
Essa atividade também pode resultar em coleta de amostras, caso sejam encontradas larvas de mosquito. Semelhantemente, o Levantamento de Índice e Tratamento (LI+T) é uma atividade que envolve a realização de novas visitas, dois meses após a DF, com o propósito de verificar a eficácia dos procedimentos adotados e certificar que os focos foram controlados.
Todas as amostras de larvas e pupas de mosquito coletadas são encaminhadas ao Laboratório de Entomologia da 20ª Gerência Regional de Saúde (GERSA), que faz a identificação da espécie e comunica a confirmação da presença do A. aegypti, permitindo a celeridade na execução de ações de controle dos focos.
Casos de suspeita de Dengue
Todo indivíduo que apresentar febre repentina (39°C a 40°C) e, pelo menos, duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou nas articulações, dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde para receber o tratamento adequado. Em caso de suspeita de Dengue, a Vigilância Epidemiológica Municipal é comunicada e o setor de agravos repassa ao Centro de Controle de Zoonoses, para que as ações de controle vetorial sejam implementadas de maneira eficaz.
A unidade notificadora coleta uma amostra de sangue para realização do exame ou então encaminha o paciente para o local que realiza, junto com o cartão de acompanhamento da dengue. O cidadão recebe acompanhamento pela Atenção Primária até melhora dos sintomas.
A partir da confirmação da suspeita, inicia-se uma investigação epidemiológica simultânea, com o objetivo de verificar se o caso é autóctone (originado no local).
Esses dados são cruciais para direcionar ações estratégicas de saúde pública que interrompam ou reduzam a propagação da doença.
Outro ponto da investigação é o levantamento dos dados de deslocamento do paciente durante os períodos de incubação e viremia (período em que o vírus se encontra na corrente sanguínea), já que essas informações ajudam a determinar o Local Provável de Infecção (LPI) e avaliar os riscos de novos casos na área.
Denúncias
Como forma complementar ao serviço rotineiro do Programa, a Vigilância Sanitária registra denúncias feitas pela população, ao observar locais que apresentem fatores de risco para a proliferação do inseto.
Essa iniciativa popular amplia a possibilidade de detecção do Aedes aegypti em áreas não abrangidas pelos monitoramentos rotineiros. Em fevereiro, a Vigilância recebeu e averiguou 13 denúncias.
Assim, o departamento age como uma linha de frente no combate à dengue, priorizando rapidez na identificação, comunicação e execução de medidas preventivas.
O município possui também um Plano de Contingência adaptável de acordo com as necessidades, além de um boletim mensal da Dengue.
Casos mais críticos ou com resistência em adotar as orientações repassadas são encaminhados à Vigilância Sanitária para providências, como emissão de notificações ou autos de infração, multa, interdição de estabelecimentos, entre outras penalidades cabíveis.