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A tendência nas eleições em Florianópolis

Por Cláudio Prisco Paraíso
23/08/2024 - 15h50.Atualizada em 23/08/2024 - 15h58

As eleições na Capital do estado sempre monopolizam as atenções. Ao natural.  Desta vez, mais do que nunca, o processo eleitoral de Florianópolis ganha holofotes. 

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Afinal, dois candidatos ao governo em 2022 têm relação com a região. Esperidião Amin e Gean Loureiro. O primeiro é casado com Ângela Amin, ambos duas vezes prefeito da cidade. O casal está fechado com Pedrão Silvestre (PP).

Já Gean Loureiro, também duas vezes prefeito, deu um cavalo-de-pau, rompeu com Topázio Silveira Neto (PSD), seu vice no pleito passado e que assumiu com a sua renúncia para a sucessão estadual. Acabaram se desentendendo, transformando-se em adversários.  O ex vai apoiar outro ex, Dário Berger (PSDB), que também cumpriu dois mandatos como prefeito de Florianópolis. 

A Capital tem cinco grandes candidaturas.  Quatro de oposição e a candidatura governista de Topázio. Pela oposição, duas candidaturas também com perfil de centro-direita. Além do próprio Topázio, os outros dois são Dário e Pedrão.

Canhotos

E outras duas candidaturas de esquerda. Marquito Abreu, do PSOL, e Lela Farias, do PT.  Se a eleição fosse realizada hoje, dificilmente Topázio deixaria de repetir Gean Loureiro versão 2020, ou seja, teria tudo para se reeleger no primeiro turno. 

Previsões

Temos uma eleição pela frente e candidatos de relativa envergadura.  As especulações mais frequentes apontam para a possibilidade de Dário e Topázio conquistarem vagas no segundo turno. O colunista tem suas dúvidas. 

Pulverização

Primeiro, porque temos, além de Topázio, outras duas candidaturas nesse espectro de centro e de direita. Dário e Pedrão.  Há quem possa dizer que Dário concorreu à reeleição ao Senado pelo PSB socialista. É fato. Mas aquilo foi uma aventura, onde, aliás, ele dividiu palanque com Lula da Silva e Décio Lima do PT.

Ex-socialista

Os petistas têm outro candidato na Capital, o ex-vereador Lela.  Mas, originalmente, Dário Berger é um político mais à direita. Foi filiado ao extinto PFL. Esteve também no PSDB, no MDB e mais uns três ou quatro partidos. O que nos leva a afirmar que são três nomes disputando o eleitorado mais conservador.

Favorito

Como Topázio, uma vez tendo o segundo turno, dificilmente deixará de estar lá, o que já poderia inviabilizar a presença de Dário ou Pedrão. É pouco provável que dois candidatos de direita carimbem o passaporte para a grande final. 

Perfil do eleitorado

Vale lembrar que o resultado da eleição presidencial em Florianópolis foi bem diferente da média das demais regiões do estado.

Cabeça a cabeça

Na Capital, o placar foi de 53% a 47% para Jair Bolsonaro. A esquerda tem votos entre o eleitorado manezinho. Tudo leva a crer que, em havendo segundo turno, as chances de Lela e de Marquito chegarem são muito maiores do que as de Pedrão e de Dário.  

Disputa estadual

Lembremos de uma situação parecida, só que registrada no plano estadual. No pleito de 1994, a esquerda contava com as candidaturas de Paulo Afonso Vieira do MDB e de Nelson Wedekin, então filiado ao PDT e apoiado pelo PT.

Espectro

À direita estava Ângela Amin, na época no PPB, hoje PP; e Jorge Bornhausen, do PFL.  O que ocorreu?  Segundo turno, entre Ângela e Paulo Afonso – direita e esquerda, um de cada lado.  Na visão do articulista, essa é a tendência para o pleito de Florianópolis na eventualidade de segundo turno.

A temperatura de 2024

Por Cláudio Prisco Paraíso
22/08/2024 - 11h18.Atualizada em 22/08/2024 - 11h18

O pleito municipal deste ano, além da eleição de prefeitos e vereadores, vai também sinalizar com antecedência os projetos e as perspectivas partidárias para o embate majoritário de 2026, especialmente das principais siglas: PL, PT, PP, PSD e MDB.

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Essas cinco agremiações terão um protagonismo tanto em 2024 quanto no certame de daqui a dois anos.  Vamos nos concentrar na situação do PT. Afinal de contas, é o partido do presidente da República.

Aliás, pela primeira vez, no pleito de 2022, o PT conseguiu chegar ao segundo turno. Muito menos pelo candidato Décio Lima e também muito menos pelo apoio do candidato à presidência Lula da Silva e muito mais pela pulverização dos votos de cinco candidaturas de direita.

Quinteto

Jorginho Mello, carimbou o passaporte em primeiro lugar para a grande final, mas no espectro de centro-direita também havia as candidaturas de Carlos Moisés, Esperidião Amin, Gean Loureiro e Odair Tramontin.

Colcha de retalhos

O PT tem problemas de unidade em Santa Catarina e isso não é de hoje. Vamos rememorar o já distante 2002, quando o candidato veio a ser José Fritsch, que renunciou à prefeitura de Chapecó.  

CPI das Obras

Décio Lima também era prefeito reeleito. Pilotava Blumenau, a terceira maior cidade do estado.  Foi alcançado por uma CPI das Obras que teve repercussão estadual. Desgastado, Décio foi atropelado pelo grupo mais à esquerda do PT, que conquistou maioria, e Fritsch foi para a disputa.

Na trave

 Por apenas três pontos percentuais, o petista não foi para o segundo turno contra Esperidião Amin. Fritsch foi suplantado por Luiz Henrique da Silveira.

Na rede 

Depois, em 2006, com Lula presidente e candidato à reeleição, José Fritsch era ministro da Pesca e postulava nova candidatura ao governo. Mas o presidente lhe fez o apelo para que a senadora Ideli Salvatti fosse a candidata.  

Degola

Fritsch, contudo, bateu o pé. Lula chegou a advertir: “Se você não se eleger, não volta à condição de ministro.” E foi isso que ocorreu.

Desastre

O petista, em 2006, fez 400 mil votos a menos do que havia feito quatro anos antes e Lula cumpriu a promessa.  Ele não foi renomeado, continuou o seu substituto, Altemir Gregolin.

Desastre 2

Ideli Salvatti só conseguiu concorrer ao final de seu mandato de senadora em 2010, quando Ângela Amin também estava na disputa e as duas não tiveram nem oportunidade de disputar a grande final. Raimundo Colombo, apoiado por Luiz Henrique da Silveira, elegeu-se no primeiro turno.

Tentativas

Décio Lima veio a ser o candidato do PT só em 2018. Isso porque em 2014, novamente, o PT de esquerda confirmou o cabeça de chapa, na figura de Cláudio Vignatti.

Isolamento

Finalmente, há seis anos, o grupo de Ideli Salvatti e Carlito Merss conseguiu confirmar a candidatura de Décio, mas sem contar sequer com um partido aliado.

Frente

Diferentemente de 2022, quando Décio teve algumas siglas na coligação.  Olhando para o futuro brevíssimo, ele vai conseguir a terceira candidatura consecutiva ao governo do estado?

Variável

Vai depender de colocar pelo menos no segundo turno a deputada e sua mulher Ana Paula Lima na disputa pela prefeitura de Blumenau.

Em ascensão

Lembrando que outros dois integrantes do grupo mais à esquerda, de Fritsch lá no passado, formam dobradinha à prefeitura de Chapecó: O deputado federal Pedro Uczai e a estadual Luciane Carminatti, coincidentemente os dois mais votados do PT na eleição proporcional 2022.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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