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Mídia estatal

Por Cláudio Prisco Paraíso
09/08/2025 - 10h14

É impressionante como os veículos de comunicação, no Brasil, em sua esmagadora maioria, são seletivos. O ponto de convergência entre eles tem sido o Judiciário — mais precisamente, o Supremo Tribunal Federal. Ponto de identificação.

Essa é a grande verdade. O STF tem um tratamento quando se trata de personagens ou lideranças de esquerda; e outro, absolutamente distinto, em relação aos de direita.

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Bolsonaro, enquanto presidente, era acossado pelo Supremo dia sim, dia também — impedido de agir aqui, obrigado a agir ali.

Pois bem, Lula da Silva caminha para o terceiro ano do seu terceiro mandato e… silêncio.

Nada. Nenhuma cobrança, nenhum limite. Liberdade que mais parece libertinagem.

Chega às raias da proteção escancarada.

Os rigores da lei — e, muitas vezes, muito além da lei — para quem é de direita.

E o relaxamento absoluto para os de esquerda. Liberou geral.

Viés

Simples assim.
É assim que a mídia tem se comportado: impulsionada por bilhões e bilhões de reais em verbas públicas — ou melhor: do meu, do seu, do nosso bolso.

Vamos ao exemplo mais recente: nesses dois dias em que parlamentares conservadores ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado…

Restrição

Particularmente, o articulista é contra esse tipo de conduta.

Obstrução é uma coisa. Está prevista no regimento.

Ocorre com o plenário em funcionamento: com uso do microfone, discursos, mecanismos legítimos para retardar ou dificultar a tramitação e votação de matérias.

Escandaloso

Mas, sem entrar no mérito: nesses dois dias em que a direita impediu o funcionamento das Casas Legislativas, a imprensa tratou o episódio como motim.

Passando pano

Curiosamente, lá por meados de 2018, quando o PT e os partidos de esquerda fizeram exatamente a mesma coisa — impediram votações, ergueram bandeiras, gritaram “Lula livre” — a narrativa foi outra.

E olhem que, à época, Lula estava preso, cumprindo pena na sede da Polícia Federal em Curitiba, por prática de corrupção e outros delitos.

Descondenaram

Aliás, foi condenado não só por Sérgio Moro, mas por unanimidade no TRF-4, que aumentou sua pena.

O despacho foi confirmado por cinco ministros do STJ, e avalizado pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

Amenizaram

Fechando parênteses.

Naquela ocasião, qual foi o tratamento da mídia?

Obstrução. Apenas isso: “obstrução”.

País capenga

Vivemos, de fato, em um país curioso, onde o tratamento dispensado pelo Judiciário — na figura do STF — e pela mídia é dado conforme a tendência ideológica dos protagonistas.
Essa é a grande verdade. Essa é a realidade.

País ignorante

E a opinião pública brasileira precisa acordar.

Precisa desenvolver discernimento, sensibilidade para perceber esses “detalhes” — que de pequenos não têm nada.

Trata-se de um comportamento viciado, que visa manter no poder um segmento partidário e ideológico, custe o que custar.

Para mudar isso, só com consciência crítica, coragem para denunciar e disposição para reprovar o que precisa ser criticado.

Sem medo. Sem covardia. Sem censura.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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