A estratégia do governador Jorginho Mello de transferir a administração estadual, quinta e sexta-feira desta semana, para Chapecó, deu uma desestabilizada em João Rodrigues, que perdeu o prumo.
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Ao chegar no evento, já de forma tardia, percebeu a presença dos outros dezenove prefeitos da Amosc. Sentou no fundo, onde foi abordado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Kennedy Nunes, ex-deputado, que o convidou para marcar presença na primeira fila, ao lado do governador. O pessedista ali ficou por trinta minutos.
Parecia meio desconfortável. O prefeito usou da palavra, apresentou uma série de questionamentos, de situações que não vinham merecendo a atenção do governo do estado e, quando Jorginho Mello subiu ao palco para discursar, João Rodrigues bateu em retirada.
Lacuna
Depois, ordens de serviços foram assinadas por vários prefeitos e na hora em que Chapecó seria contemplada, na Saúde, atendendo, também, o Hospital Regional do Oeste; a Infraestrutura; o Saneamento, via Casan; reformulação e ampliação do pavilhão da EFAPI e por aí vai, não havia ninguém da prefeitura de Chapecó para assinar. Isso criou um mal-estar, um constrangimento.
Não colou
Na própria quinta-feira, o prefeito tentou se justificar, dizendo que tinha voltado para a prefeitura porque tinha outras atividades.
Esvaziou?
Desculpa esfarrapada, essa é a grande verdade. Explica-se. Como o evento de lançamento da sua pré-candidatura está marcado para esse sábado em Chapecó, o governador, com essa movimentação, acabou, de alguma forma, esvaziando o evento do próprio João Rodrigues.
Representatividade
Prefeitos que se deslocaram pra Chapecó na quinta-feira provavelmente não vão retornar no sábado. Claro que João Rodrigues vai conseguir reunir um público expressivo, numericamente falando, mas, de qualquer maneira, a questão é sobre a representatividade.
Expectativa
Teremos grande número de prefeitos, deputados estaduais, federais, lideranças de outros partidos? A conferir! Parece que isso perturbou o prefeito de Chapecó, ainda mais que, na estratégia adotada pelo governador, ele recebe individualmente cada prefeito para tratar das questões do próprio município junto à administração estadual.
Olhos no Oeste
De modo que vamos observar como vai transcorrer à mobilização do prefeito. Agora, chama a atenção como João Rodrigues precipitou o processo sucessório, já se colocando como pré-candidato sem ter completado o terceiro mês do seu segundo mandato, reeleito que foi em outubro do ano passado em Chapecó.
Ação e reação
Nesse cenário, o governador também se viu na obrigação de se movimentar de olho na recondução em 2026. Então, ao precipitar a disputa sucessória, ele está enfrentando o próprio governador, que tem a máquina e que administra hoje o maior número de prefeituras catarinenses.
Radar
Se não bastasse isso, ele ainda vai colocar no seu palanque de lançamento de pré-candidatura o presidenciável Ratinho Júnior, governador do estado vizinho do Paraná, que nunca foi citado por Jair Bolsonaro como opção para a sucessão de Lula da Silva.
Nominata
Ultimamente, além da mulher e de dois filhos, Flávio e Eduardo, e do próprio Tarcísio de Freitas, que foi seu ministro e é governador de São Paulo, Bolsonaro chegou a citar Ronaldo Caiado, de Goiás, e o próprio Romeu Zema, de Minas Gerais. Mas nenhuma palavra sobre Ratinho. A incógnita é qual será a reação dele, Jair Bolsonaro, quando tomar conhecimento de que João Rodrigues recorreu a Ratinho Júnior.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
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