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Governo cambaleante

Por Cláudio Prisco Paraíso
25/01/2025 - 07h43.Atualizada em 25/01/2025 - 07h44

A semana começou com Lula da Silva passando um pito no seu ministério e termina com o Tribunal de Contas da União (TCU) no encalço da administração federal, atestando pedaladas, o que já faz com que oposicionistas sustentem o discurso de impeachment. 

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É inevitável que a oposição faça uma analogia com a pupila do atual inquilino do Palácio Planalto, Dilma Rousseff, que foi derrubada na segunda metade do seu segundo mandato, abrindo espaço para o vice Michel Temer.

  Mas, vamos primeiro dar uma passeada sobre a reunião ministerial em Brasília. Foi um verdadeiro teatro, um espetáculo circense. Deprimente.

Vejam que o presidente da República mandou avisar aos ministros que não quer mais saber de portarias. Tudo tem que passar pela Presidência da República, ou seja, ele próprio não controla seus ministros. 

Foi um reconhecimento indiscutível da sua falta de capacidade de gerir a máquina federal. Ora, quem não está obedecendo, que seja demitido.

Como isso não está ocorrendo, fica nítido que o presidente perdeu as condições. Essa é a grande realidade. Agora tudo passa pela Casa Civil. A bronca relacionada à portaria tem endereço certo.

Disputa

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é o personagem principal do desastroso episódio do PIX da Receita Federal.  Não é novidade para ninguém o contencioso existente entre Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e Haddad. Estão permanentemente numa queda-de-braço.

Potencial

Lula, claramente, fez a opção pelo baiano. Até porque as medidas econômicas vão passar por Rui Costa. Lula, sem dúvidas, gosta de Haddad. Tanto gosta que o colocou no Ministério da Fazenda, contrariando todas as expectativas, inclusive do mercado financeiro, que torceu o nariz.

Surpreendeu

Mercado que hoje já vê Haddad como uma grande alternativa, considerando todas as trapalhadas patrocinadas por Lula, que só fazem dificultar a ação do próprio ministro da Fazenda. Em 2018, quando esteve preso, qual foi o nome escolhido por Lula para ser o candidato? Haddad. 

Aposta

Assim como o próprio Lula havia escolhido Dilma Rousseff em 2010. Só que passa a sensação de que ele está querendo fortalecer Rui Costa, governador da Bahia por oito anos e que elegeu o sucessor, Jerônimo Rodrigues, que está no exercício do cargo e não se elegeu senador para que a arrumação pudesse favorecer Lula da Silva. 

Decisivo

A vitória de Lula na Bahia foi de 3 milhões de votos de diferença. Indiscutível. Já a diferença nacional em favor do petista foi de 2 milhões e 100 mil sufrágios.

Eleições

Então, Rui Costa, que é de um estado que hoje representa o quarto colégio eleitoral, só perdendo, pela ordem, para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, poderia ser uma aposta do atual inquilino do Palácio do Planalto. 

De fora

Só que Rui Costa não teve seu nome submetido na pesquisa do Instituto Paraná, quando foram colocados apenas, além de Lula, o próprio Haddad e Camilo Santana, senador pelo Ceará e hoje ministro da Educação; e a deputada Gleisi Hoffmann, do Paraná, presidente nacional do PT. Na mesma reunião, Lula da Silva falou em alto e bom som. Sua recandidatura depende de uma série de circunstâncias.

Na estrada

Por mais que ele esteja fazendo charminho, e que o PT não tenha outra alternativa de candidatura, muito menos à esquerda, mas, de qualquer maneira, fazendo o cotejamento do fortalecimento de Rui Costa; o enfraquecimento de Fernando Haddad e o fato dele admitir não disputar a eleição, ele poderia eventualmente estar dando um aceno para o ministro-chefe da Casa Civil. Até porque Lula, vale lembrar e refrescar a memória, já disputou seis eleições presidenciais.

Empate

Nas três primeiras, ele colecionou derrotas: 1989, 1994 e 1998, para Fernando Collor no segundo turno e Fernando Henrique Cardoso, eleito e reeleito no primeiro turno, respectivamente. Depois, Lula ganhou em 2002 de José Serra. Em 2006, se reelegeu contra Geraldo Alckmin, seu atual vice. O petista elegeu Dilma Rousseff em 2010 e a reelegeu em 2014. Em 2018, foi Haddad, derrotado por Bolsonaro. 

O retorno

Em 2022, Lula foi tirado da cadeia para derrotar Bolsonaro. Três a três, considerando as seis eleições que ele disputou.

Derretendo

Será que ele vai querer deixar a última imagem numa derrota, considerando que o seu governo está derretendo pela situação econômica do país, situação atestada por uma perda de intenção de voto de Lula da Silva entre os mais pobres e menos instruídos do Nordeste, região responsável pela sua eleição em 2022?

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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