Expectativa é que período de dezembro e janeiro favoreça o cultivo do grão na safra 2023/24
Os eventos climáticos que atingiram Santa Catarina entre os meses de setembro e novembro geraram preocupação para muitas pessoas e setores, entre eles o do arroz.
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O Estado, que é o segundo maior produtor do grão no Brasil, foi atingido por uma grande quantidade de chuvas, que ultrapassaram a média histórica dos últimos 100 anos.
No entanto, a previsão de altas temperaturas e maior incidência solar no período de dezembro e janeiro pode ser positiva para a rizicultura e, por isso, traz boas expectativas para o cultivo do grão na safra 2023/24.
Conhecido internacionalmente pela sua qualidade, o cereal catarinense deve manter a produtividade dentro do esperado, uma vez que as chuvas não chegaram a prejudicar consideravelmente o processo de desenvolvimento do arroz.
O agricultor Gledisom Carlos Colombo foi uma das pessoas que teve a rotina modificada por conta das previsões do tempo e, nas últimas semanas, toda aparição do sol se tornou hora de ir para a lavoura.
Acostumado a viver nas plantações a maior parte de sua vida, para Colombo, não ocorreram prejuízos significativos. “Tivemos sorte que esse período chuvoso foi enquanto o cereal estava em erva. Então, o que aconteceu foi o atraso para semear ou para aplicar os defensivos agrícolas, fatores que também impactarão no início da colheita”, explica o agricultor.
Ainda conforme o produtor rural, o dia a dia de quem trabalha com este cultivo é baseado na administração das águas, o que fez com que a atenção fosse redobrada nos últimos meses, sempre cuidando para manter a quantidade adequada. “Quando não chove, temos que ir atrás para ligar as bombas, e quando chove em excesso, temos que escoar”, conta.
A influência do El Niño
Os eventos climáticos que geraram preocupações para a cadeia produtiva do arroz aconteceram em decorrência do fenômeno El Niño, cujo maior efeito costuma ser na primavera.
Com isso, o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, que fazem com que os padrões de ventos sejam alterados, faz com que o fluxo de umidade seja invertido. Este fato, conforme explica o especialista em agrometeorologia da estação da Epagri de Urussanga, Márcio Sônego, influenciou nas fortes chuvas que atingiram a região.