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Mulher que asfixiou e escondeu corpo do marido em freezer é presa novamente em SC

Crime aconteceu no Meio Oeste catarinense em novembro de 2022

Por Redação, Revista Única
02/06/2025 - 17h14
Atualmente, ela estava em liberdade, usava tornozeleira eletrônica e trabalhava em dois empregos - Foto: Reprodução

A assassina confessa do marido Cláudia Tavares Hoeckler, 42 anos, teve o direito de aguardar o julgamento em liberdade suspenso no último sábado, 31 de maio, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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A acusada matou o o homem de 43 anos e alega que o marido tinha abusado dela por 20 anos.

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Em novembro de 2022, ela deu um comprimido de sonífero ao marido Valdemir Hoeckler e o asfixiou com uma sacola plástica de supermercado, depois escondeu o corpo no freezer da cozinha. O crime aconteceu em Lacerdópolis, no Oeste de Santa Catarina.

Claúdia confessou o assassinato e colaborou com as investigações, por isso, recebeu da Justiça de Santa Catarina o direito de aguardar o julgamento em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, ainda em agosto de 2023. Entretanto, o Ministério Público recorreu ao STJ, que determinou o retorno da ré a prisão.

Por que ela voltou a prisão?

De acordo com a decisão da instância, a gravidade do crime não permite sua soltura. Ela teria premeditado o homicídio, ocultado o cadáver e comunicado falsamente o desaparecimento do marido, dificultando as investigações.

Atualmente, ela estava em liberdade, usava tornozeleira eletrônica e trabalhava em dois empregos.

—  Vou fazer o que a Justiça determinou — declarou chorando em suas redes sociais.

Relembre o crime

Os investigadores procuravam pelo homem que estava desaparecido, conforme o relato da esposa.

Ao vistoriar a residência dos dois, perceberam o freezer lotado de produtos, sem que houvesse qualquer registro de compra recente.

Na ocasião, um vizinho que costumava fazer compras com o casal relatou que dias antes o freezer da residência estava vazio.

Essa divergência chamou atenção da polícia que ao remover os produtos encontrou o corpo de Valdemir. As investigações indicaram que ele estava congelado há cinco dias e que a mulher havia colocado os alimentos para cobrir o corpo, tentando mascarar o crime.

Em sua defesa, ela alegou que matou o marido após 20 anos de agressões físicas, estupros e violência psicológica. De acordo com Claúdia, o marido praticava um ciclo de abusos mesmo na frente da filha pequena. O estopim teria acontecido semanas antes quando ele a agrediu com um tapa em público.

A defesa se manifestou com uma nota oficial, confira a íntegra:

"A defesa de Claudia Fernanda Tavares vem a público manifestar sua perplexidade e indignação diante da decisão do Superior Tribunal de Justiça, que, após inúmeros recursos do Ministério Público, determinou, no dia 30 de maio de 2025, o restabelecimento de sua prisão preventiva. O que está em jogo neste momento transcende os limites de um processo penal: trata-se do direito de uma mulher reconstruir a própria vida depois de décadas de violência. Claudia esteve em liberdade por quase dois anos – de agosto de 2023 a maio de 2025 – cumprindo rigorosamente todas as medidas cautelares impostas pela Justiça, trabalhando em três turnos para garantir o sustento de sua família, comparecendo a todos os atos do processo e vivendo com dignidade ao lado da filha.

Neste período, não cometeu qualquer infração penal, não violou nenhuma condição imposta pelo Judiciário, tampouco apresentou qualquer risco à sociedade. Ainda assim, vê-se agora diante de uma decisão que ignora sua trajetória recente e a realidade concreta de sua vida. É necessário dizer com todas as letras: Claudia foi vítima de violências domésticas – física, psicológica, sexual, moral e patrimonial – ao longo de mais de vinte anos de convivência com a vítima. Sua história é a de milhares de mulheres brasileiras que, mesmo após romper ciclos de agressão, continuam sendo punidas por sobreviver. A defesa já está tomando todas as providências jurídicas cabíveis para reverter essa decisão, confiando que o Judiciário, através de uma decisão colegiada, será sensível ao novo contexto e à realidade de uma mulher que, mesmo marcada pela dor, não se rendeu ao desespero. Claudia merece seguir em liberdade – não como um favor, mas como expressão de justiça. A sociedade brasileira não pode aceitar que a prisão preventiva se transforme em punição antecipada, especialmente contra mulheres que, como Claudia, lutam todos os dias para reerguer suas vidas. Os advogados permanecem à disposição da imprensa e das enƟdades de direitos humanos para esclarecimentos adicionais".

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