Estado teve maior expansão da atividade econômica no país, com resultado impulsionado por crédito e mercado de trabalho
A economia de Santa Catarina cresceu 3,9% nos primeiros quatro meses de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. O desempenho ficou acima da média nacional, que registrou crescimento de 2,1% na atividade econômica. Os dados são do relatório do Banco Central e foram divulgados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
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Na análise que desconsidera os efeitos sazonais da economia, o Estado alcançou o maior crescimento nacional no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), considerado uma espécie de prévia do PIB. A expansão da atividade econômica do Estado foi de 2,6% em abril, em relação a março.
De acordo com o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, a queda da taxa de juros a partir de agosto do ano passado tornou as condições de crédito mais favoráveis, o que beneficiou setores da indústria, responsável por crescimento de 6,5% no acumulado do ano.
— Essa dinâmica incentivou o desempenho de segmentos ligados à produção de bens de capital, intermediários e de consumo durável, como a indústria de equipamentos elétricos, que teve alta de 16,1% na produção — diz o dirigente.
Uma análise do Observatório Fiesc mostra que um dos fatores que impulsionaram essa expansão foi a demanda externa, que tem desempenhado papel importante para o setor de equipamentos elétricos, com aumento de embarques de produtos como motores e transformadores elétricos para África do Sul e Canadá.
As melhores condições para investir na produção, aliadas às vendas externas de compressores de ar e bombas de líquido são pontos que influenciaram o desempenho positivo da fabricação de máquinas e equipamentos, responsável por crescimento de 10,2% no ano até abril.
Aumento na renda e consumo
A economia de Santa Catarina também reflete o mercado de trabalho aquecido, com aumento real da massa de rendimentos da população e, consequentemente, a manutenção do consumo elevado das famílias.
Até abril, a produção de veículos automotores cresceu 7,8%, impactada pela queda recente dos juros e demanda interna em nível elevado. Em consequência, o comércio de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou aumento de 13,9% na mesma análise.
O economista do Observatório Fiesc, Marcelo de Albuquerque, explica que o desempenho estadual teve ainda a força da produção de produtos químicos, que cresceu 6,4%, influenciada, em parte, pelo consumo de artigos farmacêuticos, médicos, de perfumaria e cosméticos.