André Ventura e seu partido de direita radical Chega tiveram resultados expressivos
As eleições realizadas no último domingo, 10 de março marcam uma guinada à direita de Portugal, com a vitória da Aliança Democrática (AD), coalizão entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS).
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No entanto, a vitória da AD ficou muito abaixo das expectativas e as contas para a formação do governo de Portugal são complicadas.
A maioria folgada só poderá acontecer se a AD fizer uma coalizão com o Chega, partido da direita radical, que conseguiu mais de um milhão de votos e 48 deputados no Parlamento.
O cenário deixado pelas urnas é complicado e os próximos meses serão essenciais para saber se há espaço para a criação de um governo estável, ou se o país terá de realizar novas eleições antecipadas.
Com menos de 1% de diferença e dois deputados, a coalizão AD conseguiu bater o Partido socialista (PS) e ganhar as eleições de Portugal, com 79 deputados.
A disputa foi mais apertada do que indicavam as pesquisas, mas a sigla de centro-direita conseguiu garantir a vitória. Luís Montenegro, líder da coalizão, tinha pedido aos portugueses uma maioria que lhe permitisse governar sozinho, mas o resultado apertado obriga o líder do centro-direita a negociar. Os liberais do Iniciativa Liberal não são suficientes para a AD.
O partido de direita radical Chega foi o grande vencedor da noite, com mais de um milhão de votos conquistados. As sondagens davam ao partido da direita radical entre 16% e 20% e no final acabou por conquistar 18,1%.
Trata-se mais do dobro da percentagem conseguida nas eleições de 2021, onde conseguiu 7,2% e quatro vezes mais deputados: de 12 passará a ocupar 48 cadeiras no Parlamento português. Consolida-se assim como a terceira força política, o suficiente para tentar condicionar a formação do próprio governo.
No final da noite, o líder do Chega André Ventura fez diversas críticas: a empresas de pesquisas, meios de comunicação e até ao Presidente da República.