Pela primeira vez, país tem um representante na modalidade, com estreia de Rafael Marinho
O primeiro brasileiro a representar o Brasil no Mundial de Drift é criciumense. Rafael Marinho, piloto apaixonado por esportes radicais, liderou a bandeira nacional em um dos maiores eventos de automobilismo do mundo, classificando-se entre os 32 melhores pilotos da modalidade.
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Com uma trajetória marcada pelo amor à adrenalina, ele busca apoio para continuar competindo e levando o nome do país e de Criciúma às pistas internacionais.
Antes de se destacar no drift, Marinho tinha o skate como sua primeira paixão. Ele dedicou grande parte da juventude à prática do esporte sobre rodas, chegando a atuar como juiz em competições de skate em Portugal. Porém, um acidente o afastou definitivamente das pistas, levando-o a buscar uma nova fonte de adrenalina, que encontrou no automobilismo, mais especificamente no drift.
“O drift é um esporte sem limites de idade, movido pela adrenalina e capaz de transformar vidas. Uma vez que você entra no carro, não há como voltar atrás, é uma paixão que toma conta. Para mim, foi algo que preencheu o vazio deixado pelo skate, uma conexão única. Dentro do carro, todos os problemas do dia a dia desaparecem – é apenas eu, o carro e a estrada”, declara o piloto.
De Criciúma para o mundo
Nascido na cidade do carvão, a jornada de Marinho começou aos 23 anos, quando, prestes a se tornar pai, se mudou para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades. Ele estabeleceu residência em Lisboa, em Portugal, onde redescobriu sua paixão por esportes radicais.
Foi em 2020, após o acidente, que Marinho conheceu o drift. "Quando o médico me proibiu de fazer o esporte que eu adorava - e eu não conseguia viver sem adrenalina -, conheci o drift", relembra.
O piloto descreve o drift como uma experiência libertadora que vai além de uma modalidade esportiva.
Superação e conquistas internacionais
A trajetória competitiva de Marinho no drift começou em 2023, quando ele decidiu participar de competições amadoras em Portugal. O destaque veio no Car Power Festival, onde conquistou o segundo lugar. "Foi ali que olhei para o esporte de maneira profissional", explica.
Em 2024, ele alcançou um marco histórico ao disputar o FIA Motorsport Games, evento global que reuniu 850 pilotos de 85 países. Ele foi o primeiro brasileiro a competir no drift, classificando-se entre os 32 melhores do mundo.
Apesar de não sair vitorioso, apenas a experiência transformadora já valeu a pena. "Saímos sem a vitória, mas saímos com a certeza de que podemos competir onde quisermos a partir de hoje", diz.
Desafio da busca por apoio
O piloto criciumense busca apoio financeiro para continuar representando o Brasil no cenário internacional. Apesar de já ter presença marcada em competições de prestígio, como os campeonatos português e espanhol, Marinho enfrenta dificuldades para seguir competindo.
“Meu custo para participar das 12 provas no Campeonato Português e no Campeonato Espanhol em 2025 é, em média, 180 mil euros. Até agora, tudo o que tivemos foi capital próprio”, lamenta.
De Criciúma para o mundo, Rafael Marinho provou que é possível chegar longe, até mesmo em competições internacionais de alto nível. Porém, a jornada não é fácil. O piloto continua batalhando pelo seu sonho, disputando as pistas mais exigentes do automobilismo mundial. "Defendemos nossa bandeira na competição mais alta do mundo, e isso é só o começo".