Enfim estamos iniciando 2025. Para alguns, o ano de 2024 demorou além do esperado. Para outros, passou voando. Embora o tempo tenha sido cronologicamente idêntico para todos, a percepção dele é diferente.
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Isto acontece porque a percepção de tempo é subjetiva, dependendo de diversos fatores psicológicos, emocionais e até fisiológicos. E claro, de quantas novidades nosso cérebro precisa registrar a cada instante.
Pessoas que vivem uma vida imersa em rotinas e sem novidades, ou que pouco interagem e se informam sobre o que está acontecendo ao redor do planeta, tendem a ter a impressão de que o tempo demora mais para passar. Isso ocorre porque o cérebro tem poucas informações ou detalhes distintos para registrar.
Por outro lado, uma vida mais agitada e cheia de novidades oferece muitos detalhes e informações para processar em um curto espaço de tempo, fazendo o tempo parecer diferente.
Não raro, esse grupo chega ao final de um ciclo, como o ano, com a sensação de pouca realização, mas muito cansaço por terem "feito muito".
O questionamento que fica é: será que realmente usaram o tempo para aprender coisas novas ou apenas o consumiram vendo "vídeos superficiais nas redes sociais"?
Velocidade do tempo na era digital
A era digital na qual estamos inseridos é uma das responsáveis por essa ideia de que o tempo está "voando". Estamos expostos a um fluxo contínuo e imenso de estímulos e informações que exigem muito processamento mental, o que dá a impressão de que tudo passa em um piscar de olhos.
No início do século 20, por exemplo, uma pessoa tinha acesso a muito menos informações: basicamente o que podia ler em jornais, ouvir em conversas ou aprender na escola e no trabalho. Com o passar das décadas, a invenção do rádio e da televisão trouxe as informações mais próximas e rápidas, mas ainda de forma limitada e filtrada.
Com o advento da internet nos anos 2000, seguido pela popularização dos smartphones a partir de 2007 e dos aplicativos de comunicação e redes sociais, as distâncias e o tempo para acessar informações desapareceram.
Tudo está a um clique de distância. Além disso, notificações que pipocam em telas de smartphones e relógios inteligentes drenam nossa atenção continuamente.
A percepção do tempo depende tanto de como vivemos quanto do que vivemos. Cultivar a atenção plena e buscar um equilíbrio entre novidade e rotina pode ajudar a criar uma relação mais harmoniosa com o tempo. Afinal, como dizem: "O tempo não muda, mas o modo como o usamos, sim."
Que tal, como parte da sua retrospectiva de 2024, revisar todos os grupos e aplicativos no seu smartphone? Decida quais realmente terão o direito de enviar notificações em tempo real e quais serão consultados apenas quando você, por iniciativa própria, resolver acessá-los. Retomar o controle sobre o que consome sua atenção é o primeiro passo para fazer de 2025 um ano mais consciente e produtivo.
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