Na última semana fomos tomados por discussões calorosas acerca do submersível (minissubmarino) da OceanGate que provavelmente implodiu no fundo do mar levando a morte todos seus tripulantes. Seja nas rodas de conversa ou mesmo na mídia as opiniões eram muito divergentes. 

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Para alguns, havia um misto de compaixão e tristeza pela vida dos 5 ocupantes da capsula que os levaria para visitar os destroços do Titanic afundado em 1912. Já para outros, o que aconteceu nada mais é do que consequência da “brincadeira de riquinhos” e que o melhor teria sido a doação deste dinheiro das passagens para a caridade. 

Mas será que estas iniciativas de grupos privados em explorar o fundo mar, de levar passageiros para um turismo espacial, promover campeonatos automobilísticos e esportivos, dentre muitos outros, são apenas ações extravagantes de bilionários que não tem o que fazer com o dinheiro?

Desenvolvimento tecnológico

Para alguns pode até ser que seja, mas de forma geral, o resultado da competitividade gerada nestas ofertas comerciais mais cedo ou mais tarde acaba chegando como benefícios para todos. Independente de gostar ou não da modalidade ou diversão em questão. 

Algo comum hoje nos automóveis, como os freios a disco e ABS, cambio automatizado, volante multifuncional e retrovisores, são tecnologias advindas das corridas automobilísticas como a Fórmula 1. Você pode até não gostar da F1, mas com certeza não renunciaria à segurança e conforto que dispõem hoje no seu carro. 

Da mesma forma poderíamos falar dos filtros de água, câmera de celular, fórmulas enriquecidas para bebês, pneus mais seguros e duradouros –  além de dezenas de outros desenvolvimentos criados durante a corrida espacial. 

Estes são apenas alguns das dezenas de tecnologias que utilizamos hoje e surgiram para fins de exploração ou mesmo esportivas. 

Turismo espacial ou submarino pode até ser para poucos, mas certamente muitos se beneficiarão dos resultados destas viagens, incluindo eu e você. E melhor ainda quando o financiamento destes desenvolvimentos advém da iniciativa privada. 

Você pagaria aproximadamente R$ 2 milhões por uma viagem (US$ 450mil)? Talvez não. Mas pelo menos 100 pacotes já estão vendidos desde 2021 aguardando o momento de embarcar. 

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Trata-se das passagens do iminente turismo espacial promovido pela Virgin Galactic do bilionário Richard Branson, o qual tem previsão do primeiro voo entre os dias de 27 e 30 desde mês de junho, e a partir de agosto o segundo voo. Com previsão de pelo menos uma missão mensal a partir de então. 

Os voos serão realizados abordo do “avião – espaçonave” SpaceShip Two que é transportada até uma altitude de lançamento por uma espécie de porta avião, e então quando lançado atingirá altitudes suborbitais impulsionada por motor de foguete. São voos suborbitais (que não ultrapassam a atmosfera terrestre) os que voam acima dos 80 quilômetros, que é onde a NASA considera o “começo” do espaço.  

Uma vez atingido o voo de cruzeiro suborbital, os passageiros poderão experimental a sensação da microgravidade e até mesmo “flutuar” como os astronautas fazem. Mas esta condição dura aproximadamente 4 minutos. 

E para quem acha que se trata de um caso isolado, saiba que além da Virgin Galactic, existem pelo menos mais duas com projetos semelhantes já em execução. A Blue Origin do bilionário Jeff Bezos (Amazon) e a SpecX do bilionário Elon Musk (Twitter). 

Nova corrida espacial

Viagens de turismo suborbital. Novas missões tripuladas para a lua. Missões tripuladas para Marte. Envio de sondas de pesquisa para asteroides e outros planetas. São apenas algumas das iniciativas desta nova corrida espacial que têm a iniciativa privada como principal financiador, e que vamos presenciar mais frequentemente de agora em diante. 

Isso tudo em um primeiro momento pode parecer até extravagância de gente rica. Mas a longo prazo certamente trará grandes benefícios para toda a comunidade por meio de novas tecnologias e recursos. Tal qual foi com as grandes navegações do século XV e XVI, e a corrida espacial das décadas de 1960/70.

E você, o que pensa destas iniciativas? Embarcaria em uma viagem dessas?