Depoimentos contundentes miram prefeito de Lages, Antônio Ceron - Foto: Greik Pacheco/PML/Divulgação O prefeito de Lages Antônio Ceron (PSD) e os ex-secretários de Administração e Finanças, Antônio Arruda e do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Eroni Delfes, acusados de corrupção e organização criminosa em decorrência da "Operação Mensageiro", passaram na terça-feira, 18 de julho, por uma audiência de instrução e julgamento do processo, no Fórum de Lages.
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No dia anterior, segunda-feira, 17, foram ouvidas pessoas ligadas à prefeitura na condição de testemunhas. As informações vindas do Planalto Catarinense são de que as oitivas trouxeram depoimentos contundentes. O próprio dono de empresa investigada no esquema detalhou relação com agentes de Lages.
Ouvido por videoconferência, ele comprometeu os dois ex-secretários, principalmente Delfes. O empresário revelou detalhes da forma em que era conduzida a entrega das propinas. Assegurou que eram realizadas as entregas em locais especificados, como postos de gasolina e até mesmo em farmácias.
Conforme informações apuradas, durante depoimento, Delfes admitiu ter recebido dinheiro da empresa Serrana Engenharia, hoje Versa Engenharia Ambiental. Já o prefeito de Lages negou todas acusações de seu envolvimento na “Operação Mensageiro”. Ele depôs na terça-feira, 18 de julho. Os interrogatórios duraram cerca de 12 horas.
Ceron chegou a dizer que “prefere apodrecer na cadeia se for comprovada sua culpa”. No decorrer da oitiva, ele destacou que não há provas de parte da acusação que o comprometa e que tudo não passa de narrativas, ao reafirmar que todas as acusações são falsas.
O prefeito de Lages admitiu que conhece o responsável pela empresa Serrana há cerca de 30 anos, mas negou relação de proximidade entre ambos. Citou que os contratos obrigatoriamente passavam pelo gabinete, mas nunca tratou pessoalmente das licitações com o empresário. E que os seus secretários, Arruda e Delfes, não conversavam com ele sobre as referidas licitações.
Impeachment
Na Câmara de Vereadores após aprovação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que buscou apurar possíveis irregularidades nos contratos da prefeitura de Lages, com a Serrana, o vereador Jair Júnior (Podemos), relator, protocolou pedido de impeachment contra Ceron.
O requerimento ainda está sendo avaliado pelo jurídico da Câmara e deverá ter um parecer a qualquer momento. A expectativa é de que seja deliberado e o pedido entre em pauta, assim que terminar o recesso de julho.
Por outro lado, no início de agosto, encerra o prazo de seis meses de afastamento do prefeito Ceron, que segue ainda em prisão domiciliar. Não há ainda nenhuma posição deliberada pela Justiça, nessa questão.
Blog do Bordignon
Em 2004, colou grau em jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. É editor da edição impressa da Revista Única e, dos portais, www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br.
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