Estamos a uma semana da deflagração da campanha eleitoral propriamente dita. Efetivamente, os candidatos podem começar a pedir o voto a partir do dia 16 de agosto. É um processo eleitoral de tiro curto. Apenas 45 dias que prometem fortíssimas emoções.
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Fazendo uma apreciação preliminar, abrindo parêntese de que o cenário é passível de modificações, temos o seguinte: dos 13 maiores municípios catarinenses, que representam quase 70% do eleitorado total do estado, é possível perceber que neste instante o PL dá uma arrancada considerável.
Senão, vejamos. A sigla liberal, de Jair Bolsonaro e Jorginho Mello, hoje apresenta candidatos favoritos em sete dos 13 municípios. São eles: Blumenau, com Egídio Ferrari; Itajaí, com Robison Coelho; Brusque, com André Vecchi; São José, com Adeliana Dal Pont; Palhoça, com Eduardo Freccia; Criciúma, com Ricardo Guidi; Tubarão, com Estêner Soratto.
O PL começa com excelentes perspectivas em sete destes 13 municípios, enquanto o PSD, que se arvora de principal rival para o pleito de 2026, homologou candidaturas que largam na frente em três municípios.
Tripé
Essa é a realidade em Chapecó, com João Rodrigues; Balneário Camboriú, com Juliana Pavan; e Florianópolis, com Topázio Silveira Neto.
Trio
Os últimos três, daquele total de 13, ficariam com três siglas diferentes. Adriano Silva, do Novo, em Joinville; Carmen Zanotto, do Cidadania, em Lages; e Jair Franzner, do MDB, em Jaraguá do Sul.
Transição
Só que, desses três últimos nomes que despontam para vencer o pleito em outubro, temos dois que, muito provavelmente, entre janeiro e março do ano que vem, uma vez eleitos ou reeleitos, vão buscar abrigo no PL ou em algum partido do guarda-chuva comandado e controlado pelo governador Jorginho Mello. Estamos falando de Carmen Zanotto e Topázio Silveira Neto.
Roça
Refazendo as contas, diretamente do PL ou da composição partidária governista, poderemos ter nove das 13 maiores prefeituras catarinenses com aliados do governador.
De braçada
Sobrariam quatro prefeitos fora do eixo pilotado pelo governador. Dois do PSD, Chapecó e Balneário Camboriú; MDB, Jaraguá do Sul; e Novo em Joinville. Nota-se que é um panorama extremamente favorável a Jorginho Mello.
Murchando
O PSD ficaria muito enfraquecido considerando-se a realidade atual de prefeitos que controla. E o PP entre os maiores? Nada. Assim como o PT, como o PSDB, como o União Brasil, como o Podemos, como o PSOL.
Pequenos e médios
Para esses partidos, zero chance entre os 13 maiores municípios que reúnem 70% do eleitorado catarinense.
Frentão
Por isso, nesse momento, o PSD já procura uma coligação ampliada, que passa por atrair o MDB. O União Brasil já está próximo do PSD. Quem sabe também o NOVO e o próprio PSDB, tentando reunir um bloco para fazer frente à candidatura à reeleição de Jorginho Mello em 2026.
Com o restabelecimento das eleições diretas para os governos estaduais, em 1982, em Santa Catarina tivemos a eleição de Esperidião Amin, que não fez o sucessor. O eleito foi Pedro Ivo Campos, que não completou o mandato.
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Diante do seu falecimento, Casildo Maldaner, que era o vice, concluiu o que faltava daquele período. Na sequência, Vilson Kleinübing elegeu-se governador, mas, igualmente, não emplacou o sucessor. Chegou a vez de Paulo Afonso Vieira, o primeiro a tentar a reeleição, até porque inexistia esta possibilidade.
Mas, diante do episódio dos Precatórios, o emedebista foi atropelado por Esperidião Amin, que retornou ao poder. Em 2002, o progressista buscaria o seu terceiro mandato, mas acabou surpreendido por Luiz Henrique da Silveira, que depois se reelegeu. E fez de Raimundo Colombo o seu sucessor. LHS foi o primeiro a conseguir a façanha de eleger o substituto direto.
Perda
Quando Raimundo Colombo foi reeleito, logo na sequência, Luiz Henrique da Silveira partiu. Raimundo Colombo caiu em desgraça, assim como havia acontecido com Paulo Afonso Vieira. Nesse momento, chegamos em 2018.
Sumiço
Os três principais candidatos desapareceram do mapa político de Santa Catarina. Carlos Moisés foi eleito exclusivamente pela onda bolsonarista. Sequer foi para o segundo turno em 2022.
JBS e BRDE
Gelson Merisio, que o enfrentou na grande final de 2018, também entrou num ostracismo político completo. A exemplo de Mauro Mariani, que agora voltou, nomeado por Jorginho Mello, como diretor do BRDE. A coluna faz essa digressão justamente com o objetivo de mostrar como tem sido dinâmica a política em Santa Catarina.
Atualidade
Hoje, Jorginho Mello é o governador graças à sua eleição ao Senado em 2018 e ao fato de Jair Bolsonaro se filiar ao PL. Esperidião Amin foi outro senador eleito em 2018 e que se credencia para um novo mandato em 2026. Tanto Jorginho quanto Amin poderão concorrer à reeleição.
Façanha
Esperidião Amin, uma vez reeleito, se transformaria no primeiro senador da história de Santa Catarina a ser reconduzido ao cargo. Lá em 2026, além de Jorginho Mello, quais são as opções? João Rodrigues, do PSD, Adriano Silva, do Novo, que se for reeleito em Joinville deverá renunciar visando a disputa estadual. O PT virá pela terceira vez com Décio Lima ao governo?
Periféricos
PSDB, União Brasil e o PP, são partidos que não têm a menor condição de lançar candidato próprio. E o MDB, ainda a maior legenda de Santa Catarina, só dispõe de um único nome, o do ex-prefeito reeleito de Jaraguá do Sul, hoje deputado estadual, o terceiro mais votado de Santa Catarina, Antídio Lunelli.
Na trave
Ele, aliás, tentou uma candidatura pelo MDB ao governo em 2022, mas acabou derrotado internamente, com a ala vencedora indicando o vice de Carlos Moisés.
Esse é um breve resumo do retrato político-eleitoral de Santa Catarina de 1982 pra cá.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.