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Acomodações partidárias inesperadas

Por Cláudio Prisco Paraíso
16/08/2024 - 08h32.Atualizada em 16/08/2024 - 08h33

O acordo consumado entre o MDB e o PP em Joinville, maior município e maior colégio eleitoral do estado, é uma realidade que ganha espaço já nas eleições deste ano, marcadas para 6 de outubro.

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Por muito pouco, esse acordo não aconteceu em Itajaí, com os Progressistas respaldando o deputado federal Carlos Chiodini, emedebista de cruz na testa.

A direção estadual do PP respeitou o entendimento local quando o partido decidiu por subir no palanque do liberal Robison Coelho.  Mas assim como em Joinville, teremos dobradinha de MDB e PP em Indaial e Gaspar, no Médio Vale de Itajaí; em Braço do Norte, no Sul. Só para ilustrar.

Leodegar Tiskoski, do alto da sua experiência de ex-deputado federal e estadual, tendo presidido o PDS também e agora de volta à proa do PP, não esconde que tem conversado quase que diariamente com o deputado federal Valdir Cobalchini, presidente do MDB catarinense. O parlamentar assumiu a proa da nau do Manda Brasa com a licença de Carlos Chiodini, que está totalmente mergulhado na campanha de Itajaí, onde é candidato a prefeito.

 Ali adiante

A ideia é que os partidos possam estar juntos em 2026. O pleito de 2024 seria apenas uma prévia daquilo que se imagina que venha a ser concretizado na próxima eleição estadual. Resistências estão sendo neutralizadas, superadas. Na verdade, está em curso uma quebra de paradigmas.

História

Sim, Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira foram adversários ferrenhos de Esperidião Amin. A história conta, registra e foram décadas de rivalidade. Que ficaram lá, na história. Os tempos são outros. A polarização entre MDB e PP, que durou quase 35 anos, deixou de ser uma realidade.  Hoje, o principal enfrentamento é entre o PL e o PT, liberais contra petistas.

Curriculum

Ora, como o MDB e o PP foram os partidos que mais governaram Santa Catarina ao longo das últimas quatro décadas, por que não buscar uma convergência até para mudar o eixo? Outro detalhe: esses dois partidos somados têm mais de 300 mil filiados. O PP está na expectativa de eleger de 50 a 60 prefeituras. Atualmente, tem mais de 40 cargos municipais sob sua gestão.  

Centenário

O MDB tem perto de 100 municípios. Quer repetir os três dígitos. A tendência é que perca um pouco de consistência. Mas, se ficar na casa de 70, 80 prefeituras, seguirá sendo muito forte no interior catarinense.

Convergência

Os dois partidos, somados, poderiam ter 130 prefeitos, sem falar nos vice-prefeitos e vereadores. O MDB está estruturado nos 295 municípios catarinenses. O PP em mais de 200.

Moicano

Luiz Henrique da Silveira e Pedro Ivo Campos não estão mais aqui, mas Esperidião Amin Helou Filho permanece. O MDB de 2024 tem outros nomes. Antídio Lunelli é um deles. O próprio Mauro de Nadal, presidente da Assembleia Legislativa; Carlos Chiodini, idem. É deputado federal, assim como Valdir Cobalchini.

Século 21

Ao fim e ao cabo, poderemos estar presenciando, nas eleições municipais de 2024, uma mudança radical do quadro partidário e das respectivas alianças.

O MDB e o PP parecem incomodados com essa polarização entre petistas e liberais. Começam um flerte pontual aqui e ali que pode culminar em casamento majoritário em 2026.

Contagem regressiva

Por Cláudio Prisco Paraíso
15/08/2024 - 08h47.Atualizada em 15/08/2024 - 08h59

Sexta-feira, 16 de agosto, será deflagrada a campanha eleitoral em todo o Brasil e em Santa Catarina.  Quinta-feira,15 de agosto, é o prazo fatal para o encaminhamento, à Justiça Eleitoral, dos pedidos de registro de candidaturas.

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Já no dia seguinte terá início a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão.  É o marco que caracteriza o início da campanha, quando, evidentemente, partidos, coligações e candidatos vão iniciar um processo de apresentação de propostas preliminares. 

 Enfim, é aquele posicionamento mais leve, empático, aquela conversa com o eleitorado para angariar o seu apoio, traduzindo o seu voto em 6 de outubro. 

Agora, transcorrida a primeira semana, aí a caixa de ferramentas muito provavelmente começará a ser aberta e os ataques recíprocos darão o ar de sua graça. Tudo leva a crer que teremos uma eleição muitíssimo carregada.  Em território catarinense, o tiroteio não é apenas em cima da polarização PL-PT, o que é palpável pelo fato dos vermelhos e seus satélites andarem mal das pernas.

Força regional

É pouco provável que, entre os 14, 15 municípios com mais de 100 mil eleitores, algum integrante do PT venha a ser eleito. Quando muito, médios municípios ou prioritariamente pequenos, e sobretudo no Oeste catarinense. Vale lembrar que, dos seis deputados, quatro estaduais e dois federais, cinco representam a região.

Vale

Exceção feita a Ana Paula Lima, que é de Blumenau.  Mulher de Décio Lima, que foi candidato ao governo e chegou ao segundo turno. Também por isso, essa eleição será diferenciada em relação ao componente regional.

Ex-PFL

A troca de farpas não vai se restringir apenas ao PL e ao PT. Teremos, entre os catarinenses, também alguns entreveros eleitorais envolvendo os liberais e os pessedistas.  A turma do PSD, nunca é demais lembrar, integra o governo Lula. Aqui no Estado, se opõe a Jorginho Mello, já projetando uma disputa para 2026.

Nominata

O PSD lançou muitos candidatos em todas as regiões. Dá pra afirmar que houve um equilíbrio entre o PSD e o MDB. O PL, nesta quarta-feira, anunciaria o número de candidatos a prefeito, vice e vereadores.

Terceira onda?

Seguramente será o partido, o PL, mais bem constituído em termos de pretensões eleitorais. Não apenas por ter o controle do governo do Estado, mas por dispor de um cabo eleitoral de luxo que atende pelo nome de Jair Bolsonaro. É um eleitor estratégico e isso já ficou evidenciado nas suas votações, tanto em 2018 quanto em 2022.  

Bolsonarismo

Nestes pleitos, de quebra, o ex-presidente elegeu os dois governadores. Há dois anos, inclusive, fez, também, o senador e um número considerável de deputados estaduais e federais.  A campanha está começando a dar o ar de sua graça.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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