Não há mais a menor dúvida de quem está por trás desta verdadeira saraivada de críticas e de ataques ao governo do Estado.
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Sim, é ele, o PSD, partido que costuma trabalhar, jogar, articular e se movimentar nos bastidores. Bem como no submundo rasteiro da política.
É o PSD que procura desestabilizar a administração estadual, fazendo oposição à atual gestão. E essa ofensiva tem, também, por objetivo tentar, digamos, levar o MDB a refletir melhor sobre a permanência no governo, agora com mais espaço.
Tentam com isso amedrontar as lideranças emedebistas para, de alguma forma, tentar mantê-las próximas de um eventual projeto do PSD em 2026.
Mas, evidentemente que os emedebistas já perceberam o jogo e, claro, não vão se submeter a essa movimentação, a essa mobilização pessedista. Até porque o partido, no final das contas, não tem nada ao que oferecer, absolutamente nada a ofertar ao MDB.
Ocupando espaços
Há outra leitura que indica que o PSD quer tirar o Manda Brasa do governo para que os próprios pessedistas ocupem os espaços dos emedebistas.
Marcado
Aliás, o PSD perdeu uma grande oportunidade de praticar um gesto na campanha eleitoral da cidade com o maior poderio econômico do Estado, Itajaí, onde o deputado federal Carlos Chiodini veio a ser candidato pelo MDB.
Sem composição
Ali tinha a candidatura do jovem radialista e vereador Osmar Teixeira. Chiodini tentou costurar um acordo para que Teixeira ficasse de vice, para que ele, chegando na cidade, com domicílio eleitoral recentemente transferido, pudesse ter mais musculatura para enfrentar a candidatura favorita, e que se sagrou vitoriosa, a do liberal Robison Coelho.
Quem?
E o PSD fez olhar de paisagem. Chiodini, que foi eleito presidente do MDB no estado, estava licenciado para concorrer em Itajaí. Ficou em terceiro lugar, com apenas 16% dos votos. Atrás inclusive do próprio Osmar Teixeira.
Lavada
É bem verdade que o somatório dos dois não chegaria à performance de Robison Coelho, mas que Chiodini sairia mais fortalecido das urnas, isso sairia.
Dúvida
Mas, o PSD verdadeiramente deseja ter candidato ao governo? Essa é sempre uma interrogação que permeia o universo política estadual.
Senado
João Rodrigues já se apresenta como pré-candidato, mas conta com quem de aliado? Por enquanto União Brasil e o Podemos. Muito pouco para quem deseja provocar um segundo turno em 2026.
Canhotada
Sim, porque existe a esquerda, tem o PT, partido que fez apenas sete prefeituras. O restante da esquerda zerou, nenhuma prefeitura conquistada em outubro. Mas em eleição nacional e estadual, o PT costuma bater no segundo turno na casa dos 30 pontos percentuais.
Patamar
No primeiro turno, fica na média dos 20%. Na última, foram 17%, 18%, mas chegam normalmente a 20%, 25%. Quem garante que João Rodrigues ficaria acima do PT na eventualidade de uma grande final em 2026 sem definição no primeiro turno?
Majoritária
Então, o PSD pode estar fazendo essa marola toda de pré-candidatura de João Rodrigues, mas imaginando que daqui a pouco ele possa pegar uma carona na chapa encabeçada por Jorginho Mello como um dos candidatos ao Senado. Mas resta saber se logo ali à frente haverá clima para isso, considerando-se a operação desencadeada pelos pessedistas para fragilizar o governo Jorginho Mello.
O governador Jorginho Mello foi surpreendido, nesta semana, ao oferecer um almoço no Palácio Residencial para a bancada federal do PL. Dos sete parlamentares, compareceram apenas três. A minoria, portanto.
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Lá estavam o senador Jorge Seif e os deputados federais Ricardo Guidi e Daniela Reinehr. Outros quatro não tomaram conhecimento do ágape oferecido por Jorginho. Tudo bem que Zé Trovão tem o seu estilo próprio, um cidadão mais irreverente, um parlamentar que oscila muito no seu humor e na sua atuação.
Mas outros três simplesmente não deram as caras, e de maneira absolutamente deliberada. Inicialmente, a recordista da eleição proporcional de 2022 e hoje presidente da poderosíssima Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Carol de Toni. Também não marcaram presença Daniel Freitas e Júlia Zanatta.
Ruídos
Mas há algum incômodo de natureza administrativa em relação aos pleitos dos parlamentares federais junto ao Centro Administrativo? Talvez. Mas essa motivação é minoritária, ou não é prioritária nessa reação de ignorar o convite do governador.
Pela imprensa
O que mais incomoda é a bancada não ser consultada e sequer comunicada das movimentações na composição do governo.
Reações
O estilo personalista do chefe do Executivo estadual está gerando um certo constrangimento e uma forte contrariedade.
Partícipes
O governador já tem o PP e o MDB no governo, que devem ampliar os espaços a serem concedidos as duas siglas. Jorginho espera poder contar com progressistas e emedebistas no projeto de reeleição em 2026. Mas a contrariedade dos liberais nem é porque o PL vai ter menos posições ou um número menor de espaços no primeiro escalão.
Plateia
Até porque o governador já não os consultou, os deputados, na composição do governo. E, ao longo desses quase dois anos em remanejamentos e modificações, idem.
Em família
As decisões estão muito concentradas na família do próprio governador. Nele, evidentemente, e nos dois filhos, Bruno e Felipe. Por vezes alcançando o irmão, Juca Mello, que hoje é vice-presidente do Republicanos no Estado, sigla presidida pelo deputado federal Jorge Goetten, que trocou o PL pelo Republicano pelas mãos de Jorginho Mello.
Quantidade
O PL recuperou os seis representantes na Câmara com a chegada de Ricardo Guidi ao partido. Agora o que ocorre é que, além das decisões se restringirem ao ambiente familiar, não havendo aí uma participação dos parlamentares, há uma grande contrariedade pelo fato do governador, por vezes em várias regiões, estar prestigiando mais Jorge Goetten do que os próprios liberais.
Juntos e reunidos
Tanto é que, no início desta semana, antes do almoço com os liberais, o governador participou de um evento patrocinado pelo Republicanos, tendo à frente Jorge Goetten e Juca Mello, além do deputado estadual Sérgio Motta.
Climão
Mas o humor liberal, que não é nada favorável ao governador, não se restringe à bancada federal. Alcança, também, o contexto estadual, onde os deputados também não estão sendo consultados e nem comunicados.
Persona non grata
Comenta-se, nos bastidores, que os estaduais do PL estão preparados para uma forte reação uma vez confirmada a nomeação do ainda prefeito de Balneário de Camboriú, Fabrício de Oliveira, na Secretaria de Turismo.
Fora dessa
Tanto é que nenhum deles participou da campanha da “Dubai brasileira.” Até hoje, a bancada não absorveu o fato da candidatura natural e favorita, a do deputado Carlos Humberto, ter sido barrada pelo governador em favor do atual prefeito, que perdeu a eleição num projeto absolutamente personalista.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.