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Um encontro decisivo

Por Cláudio Prisco Paraíso
22/10/2025 - 08h16

É grande a expectativa na classe política de Santa Catarina para o encontro desta quarta-feira entre Jair Bolsonaro e Jorginho Mello. O governador vai visitar o ex-presidente em Brasília. Na pauta, seguramente, estarão questões relacionadas à política nacional, mas também à estadual. Jorginho Mello vai reiterar sua solidariedade ao amigo Bolsonaro.

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Pretende reafirmar que a candidatura de Bolsonaro à Presidência da República ainda pode se tornar uma realidade — como declarou recentemente, mais precisamente na semana passada, o senador catarinense Jorge Seif. Jorginho e Seif opinam que muita coisa ainda vai acontecer até as eleições do ano que vem.

Quase um ano nos separam das eleições gerais. Tudo leva a crer, na avaliação da dobradinha liberal, que toda essa pressão de Donald Trump sobre o consórcio Supremo-Planalto poderá desencadear uma reação popular e também uma nova postura do Congresso Nacional. Jair Bolsonaro, avaliam Mello e Seif, ainda poderia tornar-se elegível, revertendo a atual situação.

Província

No que diz respeito a Santa Catarina, o governador foi cirúrgico na declaração que deu na última sexta-feira, em Tubarão, quando reiterou, em caráter definitivo, a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado.

Martelo batido

Ou seja, foi um recado ao ex-presidente: para ele, esse assunto está encerrado e a candidatura está consumada. Com isso, Carol De Toni, deputada federal, acabou escanteada, já que o próprio Jorginho havia lançado seu nome ao Senado em vários momentos, inclusive tratando-a como senadora.

Por exclusão

Mas, como Jorginho Mello parte da premissa de que não haverá chapa pura nem para o governo nem para o Senado, conclui-se, por óbvio, que Carol está fora — porque Jorginho e Carluxo estão dentro.

Na chapa

O governador foi além. Mandou recado também ao MDB, que se reúne no próximo sábado com lideranças nacionais em Balneário Camboriú. Jorginho garantiu a vaga de vice ao Manda Brasa.

UB

Sinalizou, claramente, que a segunda vaga ao Senado será da União Progressista, federação formada por União Brasil e PP. A candidatura natural, evidentemente, é a do senador Esperidião Amin.

Lotação

Quanto ao PSD, Jorginho deu um leve “chega pra lá”. Em política nada é impossível, mas os espaços, ao que tudo indica, estão preenchidos.

A reboque

Ora, se o PSD lá atrás já não veio diante de um aceno por espaço majoritário, agora que todos os espaços estão ocupados, não há mais o que fazer. Ou o PSD vem apenas para apoiar, colocando a proporcional sob o guarda-chuva da chapa majoritária liderada por Jorginho Mello, ou vai para o sacrifício com João Rodrigues — tendo Ratinho Júnior como candidato à Presidência ou não. Não há outra saída.

Datas

Estamos em outubro. Logo ali adiante já chegam o Natal, o Ano Novo, depois o Carnaval. A política volta com o Congresso e as Assembleias, de fato, em março.

Devagar

Em fevereiro, a máquina começa a esquentar, mas sem aquela visibilidade e atividade capazes de provocar repercussões políticas e eleitorais. De modo que esse mês e meio que ainda falta em 2025 será de fundamental importância para sinalizar o rumo da disputa em Santa Catarina — rumos que passam pela conversa entre Jorginho Mello e Jair Bolsonaro.

Açodamento eleitoral

Por Cláudio Prisco Paraíso
21/10/2025 - 08h45

O processo sucessório eleitoral em Santa Catarina foi deflagrado pelo prefeito João Rodrigues antes mesmo de ser reeleito em Chapecó, de forma absolutamente antecipada, precoce e açodada. Lá em meados de 2023, ele colocou o bloco na rua, com apenas um ano e meio de governo de Jorginho Mello, que ainda não havia chegado à metade do mandato.

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Claro que, a partir do momento em que assim procedeu, o governador precisou também se articular, porque, na época, João Rodrigues acenava, até em função das eleições municipais, com uma aproximação junto ao Novo.

O chapecoense apoiou, inclusive, a reeleição de Adriano Silva em Joinville, sem sequer indicar o vice. João Rodrigues também estava em conversações com o União Brasil, praticamente fechado com o Podemos, e tentava, ainda, buscar outros apoios. Tentava, inclusive, atrair para seu arco de alianças o Republicanos, que ainda não tinha liderança definida em Santa Catarina. Pois foi só meter a cabeça para fora que o governador colocou o pé no acelerador. Simples assim.

Guarda-chuva

O governador se alinhou com o Republicanos, transferindo para a sigla o deputado federal Jorge Goetten, que havia sido eleito pelo PL, e colocou o irmão como primeiro vice, formando dobradinha com Goetten. Tudo articulado via presidente nacional do Republicanos, o deputado Marcos Pereira.

Meia-volta

O Podemos já estava fechado com o PSD. Coube ao prefeito Topázio Silveira Neto estabelecer uma aproximação entre Paulinha Silva e Jorginho Mello. O União Brasil fechou uma federação com o PP Progressista, e Jorginho, muito próximo de Ciro Nogueira, também se articulou pelas mãos do senador Esperidião Amin. Na outra ponta, o contato foi com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil.

Joinville

Nesse meio-tempo, aproximou-se de Adriano Silva, que hoje está fechadíssimo com o governador no projeto de recondução.

Câmara Alta

Mesmo que o Novo não venha a fazer parte da aliança, o partido dificilmente vai coligar com o PSD. Quando muito, pode lançar Gilson Marques ao Senado, numa candidatura avulsa, sem candidato ao governo.

Liderança

Daí ficaria assim: quem desejar se incorpora a essa ou a outra candidatura. Claro que a principal liderança é o prefeito Adriano Silva, que elegeu o único deputado estadual, Matheus Cadorin. Este, por sua vez, tem proximidade com o único deputado federal, Gilson Marques. Os outros dois prefeitos seguem a linha de atuação do alcaide de Joinville.

No governo

Quanto ao PP, antes mesmo da federação, já estava no governo Jorginho, na figura do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia, Silvio Dreveck. O mesmo vale para o MDB, que, desde o início do governo, tem Jerry Comper na poderosa Secretaria de Infraestrutura.

Tripé

Depois, mais duas secretarias foram entregues ao partido: a da Agricultura, com o presidente da sigla, o deputado federal Carlos Chiodini, e a do Meio Ambiente, com o deputado estadual Emerson Stein. Os dois partidos estão consolidados no projeto do governador.

Isolamento

Fazemos essa retrospectiva para mostrar que o PSD está, literalmente, sozinho. Não tem sequer um partido acenando com aliança. E nem está inteiro, porque Topázio Neto, Paulinho Bornhausen, alguns prefeitos, vice-prefeitos e outras lideranças municipais vão seguir outro caminho.

Nacional

De modo que o PSD ou vai para o sacrifício, na figura de João Rodrigues — especialmente se Ratinho Júnior for candidato à Presidência da República, o que é improvável, mas não impossível.

Pódio

Ou, mesmo sem Ratinho, se João Rodrigues encarar uma candidatura sem a menor perspectiva, poderá chegar em terceiro lugar, até mesmo atrás da composição da esquerda. Porque a grande realidade é que tudo está caminhando para uma eleição de turno único.

Martelo batido

Na sexta-feira, em Tubarão, o governador foi muito claro. Falou com todas as letras: não haverá chapa pura — nem para o Senado, nem para o governo. Jorginho Mello deixou cristalino: o MDB será o vice, a não ser que venha a compor com Lula da Silva, indicando o vice dele na disputa presidencial, o que é pouco provável.

Senado

E também não deixou dúvidas de que Carluxo estará numa das vagas ao Senado. O governador deu a entender, ainda, que a outra será da Federação União Progressista. Ou seja, não há mais espaço para o PSD. A composição de Jorginho Mello, por si só, é robusta: alguém que está no exercício do mandato e que tem, a seu favor, ainda, a máquina estadual e a esmagadora maioria dos prefeitos catarinenses.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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