Abertas as urnas, revelados os números das urnas eletrônicas, podemos constatar, mais uma vez, assim como no primeiro turno, uma derrota esmagadora da esquerda.
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Tirando alguns pouquíssimos prefeitos dos 51 eleitos nesse dia 27, domingo, um ou dois do PDT; talvez um ou dois do PSB, e considerando as capitais, o PT, que estava zerado, conseguiu eleger Fortaleza, que é a quarta maior cidade do país, rivalizando com Salvador.
À frente estão São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mas os petistas ganharam em Fortaleza por pouco mais de meio por cento dos votos. O eleitorado da capital cearense faz coisa.
Eleição equilibradíssima, rachou ao meio a cidade de Fortaleza, mas o PT ganhou. Então, em relação a 2020, houve um avanço. Os petistas agora têm uma capital. Não tinham nenhuma.
O PL, que disputava em nove capitais, considerando as outras trinta e tantas cidades, teve um resultado, digamos, mediano, mas bom, considerando-se que estava disputando um número significativo de cidades.
Claro que os liberais esperavam um resultado melhor. Não houve uma supremacia liberal e nem bolsonarista. Que fique registrado.
Manda Brasa
O MDB também apresentou, assim como o PSD, um bom resultado. O Manda Brasa reelegeu Ricardo Nunes em São Paulo e Sebastião Melo em Porto Alegre.
PSD
Mas o partido ganhou em outras capitais e cidades importantes, assim como o PSD, que elegeu Eduardo Pimentel em Curitiba e reelegeu o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, duas cidades que estão entre as maiores do Brasil. Os pessedistas fizeram a roça, registre-se. Serão importantes em 2026.
Salvação
Como balanço, poderíamos dizer que o PT não ficou zerado, graças à Fortaleza. O MDB, o PSD e o PL saíram-se bem, com conquistas eleitorais significativa.
Tripé
Saindo dessa tríade partidária, o PP também reelegeu uma prefeita de capital, com a ajuda de Bolsonaro e do PL. Quanto ao outro prefeito, derrotou um liberal. E o que isso muda, considerando 2026?
Goiás
Em Goiânia, observamos a queda de braço de Ronaldo Caiado com Jair Bolsonaro. O governador goiano levou a melhor. Importante registrar, contudo, que se não ganhasse na sua capital, ficaria muito enfraquecido no projeto de candidatura à presidência.
Presença
A vitória em Goiânia foi fundamental, e olha que Bolsonaro, no domingo, foi para a Capital. Mas enfim, para 2026, o que isso significa? Significa que o PL é forte, que o bolsonarismo é forte. Isso quer dizer que Bolsonaro será candidato? Não será candidato, esqueçam.
Replay
Como Lula foi barrado em 18 e foi ressuscitado em 2022 para derrotar aquele que ganhou em 18, que foi Bolsonaro, agora Bolsonaro será barrado. Se Lula disputará a reeleição ou não, só o tempo dirá. A sua idade, sua condição de saúde e as condições do governo, muito embora por piores que sejam as condições do governo, o PT e a esquerda não têm outro nome à altura dele.
Mineiro
De alguma forma, em 2026, a esquerda estará girando em torno de Lula ou de quem o substituir; e a direita girará em torno de Tarcísio de Freitas e de Ronaldo Caiado.
Dobradinha
A composição dos dois seria algo extraordinário. Caiado, vice de Tarcísio, seria uma chapa fortíssima, mas Caiado, pela idade avançada, pode tentar uma candidatura e Romeu Zema, governador reeleito de Minas, seria o vice de Tarcísio. Aliás, ele já se ofereceu nessas condições.
A sorte está lançada neste segundo turno. Em 51 cidades, serão eleitos os prefeitos ou eleitas as prefeitas. Nesse montante, 14 são capitais e o restante, cidades com mais de 200 mil eleitores.
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Santa Catarina foi um dos poucos estados no qual o pleito se esgotou a 6 de outubro, com a reeleição de Adriano Silva, do Novo, em Joinville; e de Topázio Silveira Neto, do PSD, em Florianópolis, além da eleição em Blumenau. Na Capital do Vale, o deputado Egídio Ferrari, do PL, venceu o pleito.
Portanto, Santa Catarina está fora dessa segunda rodada, em torno da qual é grande a expectativa. E nem é para ver como as esquerdas vão terminar, porque já foi uma lástima, foi uma derrota acachapante no primeiro turno.
E não cola essa história de que o PT está disputando em quatro capitais; tem o PSOL em São Paulo e, também, mais alguns partidos de esquerda em alguns outros municípios, mas o resultado será irrisório.
Primeiro porque em São Paulo a vitória é absolutamente improvável, assim como nas outras quatro capitais onde o PT disputa.
De modo que a derrota está estabelecida para os petistas e os esquerdistas.
A grande expectativa converge em torno justamente de como sairá o PL. Os liberais já se saíram bem no primeiro turno.
Contas
Por mais que tenha feito 500 prefeituras, ficando abaixo do União Brasil e do PSD, que liderou, suplantando o MDB, que ficou em segundo, é preciso avaliar justamente o número das cidades de grande porte e as capitais.
População
Com o resultado do primeiro turno, mesmo tendo feito trezentos e tantos prefeitos a mais do que o PL, o PSD ficou um milhão abaixo se considerarmos os brasileiros que serão administrados pelo partido. Quinze milhões para o PL e 14 milhões para o PSD.
E agora o PL está disputando um número muito superior, considerando-se as perspectivas de vitórias importantes no segundo turno.
Disputa
Em Belo Horizonte e Curitiba, o PSD tem boas perspectivas, mas o PL está em outras nove capitais, que além das capitais, também disputa a eleição em outras cidades estratégicas do Brasil.
Novo mapa
É só com o fechamento das urnas desse dia 27, neste domingo, que teremos a exata dimensão de qual foi o resultado das urnas municipais. Também a projeção para 2026 e a influência que isso exercerá não apenas na segunda metade do governo Lula da Silva, mas também e especialmente nas eleições da Câmara e do Senado, porque a influência ocorrerá.
Dupla
Existem favoritos nas duas Casas Legislativas. No Senado, Davi Alcolumbre, do União Brasil; na Câmara, o deputado Hugo Mota, que é do Republicanos. Mas apesar do favoritismo, as eleições municipais vão exercer influência nesses dois pleitos específicos e também nas votações do Congresso, Câmara e Senado ao longo do exercício 2025.
Balizamento
O que é determinante para sinalizar, tanto nos Estados, Assembleias Legislativas, quanto no Governo Federal, no Congresso, os rumos daqui em diante.
Na prática
Será fundamental para indicar a perspectiva de aprovação de projetos e matérias que, de alguma forma, também poderão fortalecer ou enfraquecer o projeto eleitoral de reeleição do atual inquilino do Palácio do Planalto, assim como dos governadores que buscarão o segundo mandato, como é o caso de Jorginho Mello em Santa Catarina.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.