A semana passada se encerrou com a novidade apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que, mesmo preso e incomunicável, mandou um recado pelo primogênito, senador Flávio Bolsonaro, indicando que o 01 é o nome para concorrer à Presidência da República.
:: Quer receber gratuitamente notícias por WhatsApp? Acesse aqui
É possível afirmar que, internamente, esse movimento de Bolsonaro busca duas situações: a reaglutinação da unidade partidária e a recomposição familiar.
Vamos começar pelo componente da prole. Michelle Bolsonaro estava correndo o país como presidente nacional do PL Mulher e já se insinuando com um discurso que ganhava contornos presidenciais. Chegou a comentar que toparia ser vice, inclusive, de Tarcísio de Freitas.
Depois, houve aquele ruído familiar quando ela, em visita a Fortaleza, declarou apoio a Eduardo Girão, do Novo, ao governo do Estado. Ela foi além e acionou a metralhadora giratória contra a direção estadual do PL por ter fechado com Ciro Gomes. A aliança implodiu.
Contra-ataque
Os quatro irmãos — incluindo Jair Renan, vereador de Balneário Camboriú — vieram e bateram pesado na ex-primeira-dama. Ato contínuo, Flávio pediu desculpas à madrasta, na qualidade de enteado mais velho. Fica claro, portanto, que o lançamento do nome do senador carioca para a sucessão foi também para acertar o baralho no contexto familiar e deixar claro que o nome é Flávio.
Freio de arrumação
No contexto partidário, a movimentação também foi necessária porque, se uma parte do partido — inclusive nas bancadas da Câmara e do Senado — segue fielmente as orientações do ex-presidente, outra parcela já vinha se ensaiando e se assanhando para pegar carona no Centrão e fechar com Tarcísio.
Blindagem
Paralelamente a isso, imaginou-se que poderia ser um blefe, uma jogada de Bolsonaro para preservar o governador de São Paulo de investidas do governo, da esquerda e do PT. Mais adiante, Flávio poderia retirar a pré-candidatura e todos fechariam com Tarcísio — quem sabe com o próprio primogênito compondo como vice.
Moeda
Surpreendentemente, neste domingo, Flávio — com menos de 48 horas como pré-candidato — disse que poderia bater em retirada. Admitiu retirar seu nome, mas que isso teria um preço. E ficou de anunciá-lo nesta segunda-feira, em Brasília. Muito se comenta que a moeda de troca seria uma anistia geral e irrestrita.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.
VER TODAS