Algumas pessoas foram convencidas a se dirigirem ao acolhimento para o pernoite
As ações da força-tarefa seguem ocorrendo semanalmente - Foto: Divulgação Duas forças-tarefas foram realizadas na última quarta-feira e nesta quinta-feira, 28 e 29 de maio, em períodos distintos, em Tubarão.
:: Quer receber gratuitamente notícias por WhatsApp? Acesse aqui
As equipes da Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família, do Setor de Atendimento à População em Situação de Rua (Setor POP), do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e dos serviços de acolhimento, e que têm o apoio das forças de segurança, compostas pelas polícias Militar e Municipal, realizaram abordagens durante o dia, e a outra no período noturno.
Na ação realizada durante o dia, com início às 6 horas, após três horas e meia de duração foram abordadas 21 pessoas em situação de rua. Já na segunda ação, que teve início às 22 horas e se estendeu até as duas horas da madrugada já desta quinta-feira, ou seja, quatro horas de duração, foram abordadas 18 pessoas. Desde o início das forças-tarefas, já foram abordadas um total de 296 pessoas, em 20 ações.
Durante estas ações, percebeu-se, por parte das equipes, uma grande movimentação de pessoas, dentre as abordadas, com algum tipo de problema psiquiátrico, algumas até mesmo com alterações de comportamento considerável, com agressividade excessiva e apresentando grande resistência em receber os cuidados e encaminhamentos propostos pelos profissionais da força-tarefa.
“A grande maioria dos que abordamos, podemos dizer, não querem atendimento no CAPS, não querem acompanhamento psiquiátrico, não querem ir para uma comunidade terapêutica, tampouco para internação hospitalar para realizar uma desintoxicação. E a gente percebe também que, ao abordar essas pessoas, chegam a nos ameaçar, alegando ter o direito de estar na rua, mesmo com o nosso aviso sobre a chegada do frio e de tempestades que estavam previstas”, relata a coordenadora do Setor POP, Daiane Barbosa.
Mesmo com toda esta dificuldade, algumas dessas pessoas foram convencidas a se dirigirem ao acolhimento para o pernoite, e para outros serviços.
“Tivemos alguns encaminhamentos, ainda assim, para o médico, que fica no dia seguinte à abordagem disponível no CAPS AD, com a Assistência realizando esta articulação, com alguns deles, além do pernoite. Já hoje pela manhã foram ao Setor, e encaminhados para o CAPS AD e para possível inserção no sistema de regulação para uma eventual internação”, completa Daiane.
“Apesar de toda esta dificuldade enfrentada pelas equipes, é fundamental destacarmos a importância que a gente tem de alcançarmos uma vida; quando a gente consegue resgatar uma vida, essa pessoa que está ali em uma situação muito deplorável, muito vulnerável, e a gente consegue, através do nosso trabalho, das conversas, do convencimento dessa pessoa de perceber que aquela não é uma situação digna, salubre, que não é uma vida saudável a que ela leva, conseguimos tirar ela da rua, ela vai para um local para o pernoite, já no dia seguinte damos os encaminhamentos de que ela precisa, seja para o CAPS, ou para um atendimento numa Unidade de Saúde, para que ela receba um cuidado, uma atenção, medicamentos, enfim, uma retomada, ainda que mínima, de sua dignidade, mesmo que seja uma só dentre 39 abordagens, que a gente consiga finalizar e concluir com sucesso todos os encaminhamentos que ela necessita, é muito gratificante para nossa equipe, para o pessoal da Saúde, da Segurança Pública, que estão juntos nessas forças-tarefas”, se emociona e destaca a coordenadora do Setor POP.
As ações da força-tarefa seguem ocorrendo semanalmente, com o objetivo de garantir acolhimento e suporte às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
