Em abril deste ano, uma aeronave com quase 130 pessoas a bordo precisou arremeter no aeroporto por causa de raio laser
A situação se repetiu quase 30 vezes de janeiro a agosto deste ano - Foto: Reprodução O uso indevido de raio laser contra aviões virou uma dor de cabeça para a gestão do Aeroporto Internacional de Navegantes, o segundo maior de Santa Catarina.
:: Quer receber gratuitamente notícias por WhatsApp? Acesse aqui
Somente entre janeiro e agosto deste ano, a situação se repetiu ao menos 27 vezes, colocando em risco a segurança dos voos.
O número é praticamente o triplo em comparação ao ano passado inteiro. Isso porque, até 2024, esse tipo de caso ocorria, em média, umas 10 vezes ao ano, de acordo com a administração do aeroporto. Os feixes de luz mirados contra os aviões partem, na maioria das vezes, de Itajaí, Navegantes e Penha.
Os dados revelam que em Florianópolis, por exemplo, o problema não é tão recorrente. Só houve um caso desde 2024. Já em Chapecó, não ocorreu nenhuma vez nos últimos meses.
Há cerca de duas semanas, profissionais do aeroporto de Navegantes, acompanhada da Polícia Federal, começaram uma campanha de conscientização nas comunidades para alertar que a prática é crime e pode provocar acidentes aéreos graves. A ação já começou a dar resultado, garante a equipe.
O feixe de luz pode ofuscar temporariamente a visão do piloto, causar cegueira momentânea e até provocar lesões oculares. Isso compromete a leitura dos instrumentos e a percepção do ambiente externo, o que aumenta as chances de erros de navegação e manobras de risco.
Apontar laser para aeronaves é enquadrado no artigo 261 do Código Penal Brasileiro como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão, podendo chegar a até 12 anos em caso de acidente com vítimas.