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A investigação sobre o ataque a uma creche em Blumenau que causou a morte de quatro crianças nesta semana terá a contribuição de um órgão de segurança dos Estados Unidos.
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O Serviço de Segurança Diplomática (DSS, na sigla em inglês), representado pelo Consulado Americano, teve representantes em uma reunião na quinta-feira, 06 de abril, com membros do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos, o CyberGaeco, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), além de investigadores de outros estados como o Rio Grande do Sul.
A intenção é que o serviço norte-americano auxilie na investigação do ataque a creche em Blumenau e também na apuração de outros casos e de ameaças de novos crimes em escolas de SC.
O papel do serviço de segurança será intermediar a busca de informações dos suspeitos em plataformas digitais de jogos on-line e de trocas de mensagens, a maioria delas sediada nos Estados Unidos. A ajuda deve acelerar as investigações especialmente nos casos das empresas que não possuem unidades no Brasil.
Segundo investigadores, estas plataformas são utilizados por jovens que planejam atentados em unidades de ensino. No caso do crime de Blumenau, até o momento não foram encontrados elementos de que o autor dos assassinatos tenha utilizado essas ferramentas, mas a investigação ainda tentará levantar mais informações nos canais digitais do criminoso.
Caso sejam encontradas informações, a instituição americana pode ser acionada para a obtenção de mais dados do autor junto às plataformas.
O departamento de segurança diplomática é responsável por garantir a integridade dos documentos de viagem aos Estados Unidos. Segundo o site da instituição, ela tem escritórios em 29 cidades do país norte-americano e mais de 2,5 mil agentes atuando em mais de 270 locais de todo o mundo.
Respostas rápidas contra ameaças
O major Rodrigo Schmidt, coordenador da Polícia Militar no CyberGaeco, explica que a intenção é que o órgão norte-americano ajude na obtenção rápida de respostas quando houver publicações com ameaças ou risco de ataques.
"A ideia é criar esse canal de comunicação não só para esse caso, que aconteceu em Blumenau, mas também para tentar fortalecer uma rede ativa para continuar fazendo o monitoramento de possíveis ameaças de ataques que venham a ocorrer por meio de plataformas digitais", detalhou.
O oficial afirma que o trabalho pode ajudar a diferenciar as mensagens que representam eventuais ameaças de ataques em escolas das que possam ser falsas ou terem outros objetivos, como suspender as aulas, o que também é identificado no dia a dia dos agentes.
Sem o auxílio do departamento americano, os investigadores dependem de acordos de cooperação das plataformas digitais sem escritórios no Brasil. Com isso, o caminho legal pode durar semanas ou até meses para obter informações de postagens ou usuários.
Com dois ataques em quase 2 anos, promessa de vigilantes em escolas de SC ainda não saiu do papel
Ataque a creche
O ataque ocorreu na creche Cantinho Bom Pastor, que fica no bairro Velha, na manhã de quarta-feira, 05 de abril. A unidade é particular e as quatro vítimas tinham entre quatro e sete anos de idade.
Segundo a polícia, o assassino é um homem de 25 anos que pulou o muro e feriu as vítimas com uma machadinha. Ele se entregou após o crime e segue detido depois de passar por audiência de custódia.
Fonte: NSC Total