Entidades médicas apontam ilegalidade
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou uma resolução que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos, incluindo aqueles que exigem receita médica.
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A nova norma foi divulgada no Diário Oficial da última segunda-feira, 17 de março, e passa a valer no mês que vem, 30 dias após a publicação.
A medida gerou reação de associações médicas, que questionam a capacitação dos farmacêuticos para a função.
Elas afirmam que o tema será alvo de processos judiciais.
Os médicos alegam que a formação do farmacêutico não tem as disciplinas que existem no curso de medicina, como o exame clínico e a interpretação dos exames.
Entre outros pontos, a resolução CFF Nº 5 DE 20/02/2025 permite que o farmacêutico:
- prescreva medicamentos (incluindo os de venda sob prescrição);
- renove "prescrições previamente emitidas por outros profissionais de saúde legalmente habilitados";
- faça exame físico de sinais e sintomas, realize, solicite e interprete exames para avaliação da efetividade do tratamento.
Antes, disputa judicial sobre prescrição
A nova resolução do CFF foi publicada poucos meses após uma decisão da 17ª Vara Federal Civil da Justiça no Distrito Federal contra outra norma do CFF sobre o mesmo tema.
A Justiça do DF declarou ilegal a resolução 586/2013 que permitia que farmacêuticos receitassem medicamentos e outros produtos que não exigiam prescrição médica.
A resolução é mais um capítulo na disputa por espaço no mercado de saúde no Brasil, como recentemente havia surgido a questão dos procedimentos estéticos.
No país, quem regulamenta quem pode fazer o que na área estética são os conselhos federais de cada profissão.
Também recentemente, entidades médicas acionaram a Justiça e conseguiram limitar a autonomia dos cirurgiões-dentistas no uso de anestésicos.