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Lideranças Pinus elliotti

Por Cláudio Prisco Paraíso
14/06/2024 - 11h27.Atualizada em 14/06/2024 - 11h27

O caudilhismo é algo presente em qualquer parte do mundo. E o Brasil? Claro que não foi uma exceção. Nós tivemos aqui uma figura que marcou a época. Leonel de Moura Brizola. Um caudilho simpático, insinuante, carismático e que conseguiu suplantar o exílio, retornando após a anistia e conquistando novos mandatos.

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O trabalhista eloquente era governador do Rio Grande do Sul quando a revolução colocou as manguinhas de fora. Ele bateu em retirada. Quando retornou, em 1979, Brizola, que também foi prefeito de Porto Alegre, optou por não voltar ao Rio Grande do Sul. Mas por concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Aliás, o que fez com êxito.

Muito embora tenhamos tido o episódio da Proconsult, da Rede Globo, aquele envolvimento todo para derrotá-lo. Mesmo assim, no final das contas, a sua vitória foi confirmada no Rio de Janeiro. Não tinha reeleição à época, mas o gaúcho elegeu como sucessor em 1986, Marcelo Alencar.

No mesmo ano ele também elegeu o governador gaúcho, Alceu Collares.

Embocadura

Leonel Brizola ganhou projeção nacional e se preparou para a disputa presidencial, o que ocorreu em 1989. Por menos de meio por cento acabou sendo ultrapassado, nos últimos dois dias de campanha, por Lula da Silva, a quem coube enfrentar e ser derrotado por Fernando Collor de Mello

Pegada

História que seria completamente diferente se Brizola tivesse chegado a grande final contra o então Caçador de Marajás. Depois, em 1994, Brizola chegou a ser vice de Lula. E nunca mais teve aquela importância política, foi se apequenando e perdeu relevância.

Vermelhou

O caudilhismo, de alguma maneira, foi ganhando cores também no PT. O fundador número 1 da legenda é aquele que encarnou o papel de sindicalista e retirante nordestino, também ex-torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva.

Primeira derrota


Em 1980, o presidente de plantão criou o partido, concorreu ao governo em 1982. Tanto ele como Jânio Quadro foram derrotados na disputa em São Paulo. Franco Montoro venceu o pleito e assumiu o governo do estado brasileiro mais importante.

Deputação

Lula da Silva se elegeu deputado federal na sequência e participou da Assembleia Nacional Constituinte.

Persistência

O canhoto disputou também os pleitos presidenciais de 1994 e 1998 e na quarta tentativa, em 2002, se elegeu. Antes disso, Fernando Henrique Cardoso havia cumprido dois mandatos.

Bico e pena

O tucano-mor tentou fazer como sucessores José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Nenhum deles teve sucesso. Consequentemente, o PSDB foi perdendo consistência.

Liberais

O PFL, lá na década de 1990, era muito forte e comandado por Jorge Konder Bornhausen. Que fazia parte do grupo de Marco Maciel, ex-vice de FHC durante oito anos do tucanato no poder.

Mas Marco Maciel não tinha perspectiva eleitoral. O nome que estava sendo preparado era do filho do então senador e ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, ex-deputado Eduardo Magalhães.

Vácuo

Só que o herdeiro de ACM acabou partindo precocemente e o PFL ficou sem candidato. Trocando em miúdos, o PSDB fez dois mandatos com Fernando Henrique, mas não teve sucessor.

Roteiro

Brizola igualmente não conseguiu construir o sucessor, até porque Lula ocupou o seu espaço.  Ah, mas Lula, depois do segundo mandato, elegeu Dilma Rousseff. Foi uma improvisação, porque o nome natural seria o do responsável pela sua eleição em 2002, Zé Dirceu, que era presidente do partido. O Super Zé, contudo, caiu no mensalão.

Hierarquia

O terceiro nome “natural” na linha sucessória vermelha, Antônio Palocci, também foi engolido por escândalo de corrupção.

Sou do Sul

Foi aí que Lula teve que escolher entre dois gaúchos: Tarso Genro, gaúcho da gema, nascido no Rio Grande; e Dilma Rousseff, mineira de nascimento, mas que construiu a sua carreira também no estado vizinho.

Erro histórico

A deidade vermelha optou pela mulher. Ela se elegeu com o seu apoio e se reelegeu com o seu respaldo. Mas sucumbiu na metade do segundo mandato com o impeachment.

Poste

Durante a sua prisão, Lula da Silva escalou Fernando Haddad, o famoso poste, que polarizou com Jair Bolsonaro e foi pro segundo turno, fazendo quase 45% dos votos. Votação nada desprezível, registre-se.

Manobra

Em 2022, o Supremo soltou Lula para disputar com Bolsonaro. O petista supostamente ganhou a eleição. Agora, quem garante que ele chega para a reeleição? Principalmente considerando as condições político-eleitorais. O seu governo vai de mal a pior.

Faria Lima
 O setor produtivo já anda incomodado. E aí, se for para Lula passar o bastão novamente? Terá uma Dilma ou um Dilmo? Quem seria? Hoje, especula-se três nomes: Haddad novamente, que é o seu pupilo e atual ministro da Fazenda.

Baiano

O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que foi oito anos governador da Bahia e que hoje é o braço direito do presidente no Palácio do Planalto. O terceiro é o ex-governador do Ceará, eleito senador, Camilo Santana, hoje ministro da Educação.

Sem chance

A perspectiva de um desses três ganhar corpo para suceder a Lula é remota, porque Lula nunca preparou o sucessor. A exemplo de Brizola, não passa de um caudilho.

Vergonha mundial

Por Cláudio Prisco Paraíso
13/06/2024 - 13h04.Atualizada em 13/06/2024 - 13h04

O governo Lula III continua envergonhando o brasileiro e o país no exterior. O último episódio foi a importação de arroz. Sob a alegação, falsa, de que a produção nacional se tornara insuficiente para abastecer o mercado interno. Especialistas advertiram que não há nenhum risco de desabastecimento. Mesmo assim, Lula e seus fanáticos partiram para a importação.

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Ignorando especialmente o Estado do Rio Grande do Sul, que continua vivendo uma tragédia sem precedentes, cuja recuperação levará décadas.
Como estado produtor de arroz, seria uma oportunidade para os gaúchos injetarem recursos na economia, porque a maior parte dos grãos já havia sido colhida e os milhões de toneladas estocadas não foram atingidas pelas águas.

Mas não. Lula da Silva queria o arroz importado para ficar com uma embalagem do PT. Pra fazer politicagem, o que é especialidade dessa gente.

Mão no baleiro

E foram pegos com a mão na botija. Fraude, edital dirigido. Três das empresas que ficaram com as maiores fatias, um mercado especializado em queijo, a segunda especialista em fabricação de sorvete; e a terceira locadora de automóveis. Vejam só. Com um detalhe, o secretário-geral de política agrícola, Neri Geller, que caiu ontem, tinha um filho sócio de uma das empresas.

Cleptocracia

Ou seja, é um governo eivado pela roubalheira e pela corrupção e fazendo um movimento de importação desnecessário. É porque queriam auferir lucros indevidos, irregulares e ilícitos, com favorecimento a setores muito bem identificados que fariam o contraponto, quem sabe até no processo eleitoral deste ano.

Ficha corrida

Afinal de contas, nós temos o histórico, as ações pretéritas de dois governos sob Lula, e um meio de Dilma, porque foi cassada, aí tivemos mensalão, petrolão, estatais quebradas e desvios de toda ordem.

Nada a ver

A ética e a moral não se identificam nem com o PT e nem com a esquerda. Realidade insofismável.

Gols contra

Isso num dia em que o governo sofreu duras derrotas no Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o vassalo, anunciou a devolução ao governo de parte da MP que limita o uso de créditos do PIS e Cofins, medida que acabou perdendo a validade.

Mão grande

O governo já havia sido derrotado na questão da desoneração da folha de pagamento, e continua insistindo em medidas que não vão merecer o respaldo do Congresso, nem mesmo do Senado, que tem se mostrado disciplinado em relação ao Planalto.

Nas alturas

Essa semana assistimos à alta do dólar, que pressiona Fernando Haddad a buscar cortes nas despesas do governo. É um descalabro. Lula da Silva, que reage a seu ministro da Fazenda, caminha a passos largos para inviabilizar seu próprio mandato, supostamente conquistado nas urnas.

Fazendo água

O mal-estar começa a tomar conta de partidos alinhados, inclusive de bancadas de partidos com assento na esplanada. Salvo engano, a deidade vermelha constrói um caminho sem volta. E quem perde, adivinha? Eu, você, nós, que pagamos os impostos e bancamos essa farra toda.

Cláudio Prisco Paraíso

Blog do Prisco

Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.

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