Não é de hoje que temos comentado que as perspectivas eleitorais do PT em Santa Catarina são para lá de desalentadoras. Essa é a grande verdade. O partido está apostando em quatro dos seis grandes municípios.
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Joinville, Florianópolis, Blumenau e Chapecó. Em Joinville, a maior cidade catarinense, muito dificilmente Adriano Silva deixará de se reeleger no primeiro turno. Ele está com uma folga, em termos de votos válidos, ainda na casa dos 20%.
Numa média das pesquisas registradas ou apenas internas, ele registra média de 70% das intenções de voto. Ou seja, teria que dar uma bela desidratada, de uns 20 pontos percentuais, para que o segundo turno fosse provocado. Carlito Merss, ex-prefeito petista, hoje gira em torno de 15%.
Mas bateria no teto dos 20% se a rejeição não fosse superior a 60%. Mesmo que tivéssemos segundo turno, Carlito lá chegando não teria a menor chance contra o atual prefeito.
Oeste
Em Chapecó, o partido formou uma dobradinha forte de dois deputados, o federal Pedro Uczai na cabeça, e a estadual Luciane Carminatti de vice.
Bons de voto
São os dois petistas que registraram a maior votação proporcional à Câmara e à Assembleia. Carminatti perdeu para Ana Campagnolo em termos de votação para a Alesc; e Uczai perdeu para Carol De Toni. As duas deputadas liberais foram as mais votadas em 2022.
Recondução
Na Capital do Oeste, a tendência é a reeleição de João Rodrigues (PSD). A não ser que ocorra um tsunami, algo extraordinário e muito fora da curva.
Ilha
Em Florianópolis, o contexto aponta para o erro crasso das esquerdas não terem fechado em torno de uma candidatura única. Durante a passagem de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, ela indiretamente mandou um recado para o deputado estadual Marquito Abreu, do PSOL, que aparece melhor nas pesquisas.
Tempo
O fato de Marquito estar a frente não quer dizer nada, considerando que estamos a 25 dias das eleições. Vale lembrar que Lula foi muito bem votado na Capital. Agora, o eleitorado de esquerda haverá de ter a sensibilidade de buscar o voto útil para, na eventualidade de eleição em dois turnos, o eleitorado esquerdista garantir uma vaga grande na final.
Dupla
Essa vaga canhota é disputa entre Lela Farias e o próprio Marquito, do PSOL. Dário Berger e Pedrão Silvestre estão por ali, mas tudo leva a crer que a esquerda vai se impor em Florianópolis. Ponto. Aí, a imaginar uma vitória da esquerda no segundo turno, é outra história. Bem diferente.
Alento
O município em que o PT começa a apresentar uma perspectiva um pouco mais animadora é Blumenau. Mesmo sendo o Médio Vale do Itajaí, a região mais bolsonarista do país, não podemos ignorar que Décio Lima, no segundo turno, na disputa pelo governo contra Jorginho Melo, fez um quarto dos votos em Blumenau. Ele já administrou a cidade por dois mandatos. Em um período de oito anos.
Em família
Ana Paula, deputada federal, mulher de Décio, disputa novamente o paço blumenauense. Egídio Ferrari, o candidato do PL, dificilmente deixará de estar no segundo turno. Egídio tem o apoio de Jorginho Mello, do prefeito Mário Hildebrandt e do ex-prefeito João Paulo Kleinübing.
Passaporte
Com todo esse cabedal de apoios, Egídio Ferrari só não estará no round decisivo por um desastre. Muito provavelmente teremos eleição de dois turnos na Capital do Vale do Itajaí. Mas, com quem? Com Ana Paula, do PT, ou com o Odair Tramontin, do Novo, ele correligionário do prefeito Adriano Silva, de Joinville?
Tendência
Essa é a incógnita eleitoral de Blumenau. No momento, há uma leve tendência em favor de Ana Paula Lima.
Nesta semana, foi possível presenciar uma articulação sórdida, ardilosa, reunindo aparentemente figuras que não navegam na mesma base ideológica nem no mesmo contexto partidário. Senão, vejamos.
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O Palácio do Planalto, representado por bancadas de esquerda na Câmara, setores do Centrão, tendo à frente Arthur Lira, presidente da Casa, resolveram puxar o freio de arrumação e inviabilizar a votação da Anistia, que entrou na pauta da CCJ, Comissão de Constituição e Justiça, poderosíssima, presidida pela deputada catarinense Carol De Toni.
Foram as mais variadas obstruções. As mais diversas. O relator chegou a apresentar a sua proposta favorável, mas, além das obstruções, Arthur Lira resolveu antecipar a ordem do dia e abriu a sessão no Plenário.
E sempre que isso ocorre, as comissões técnicas, imediatamente, são obrigadas a encerrar suas atividades. Evidentemente, essa movimentação palaciana de bancadas de esquerda e também de integrantes do Centrão em fina sintonia com o Supremo Tribunal Federal. O consórcio deseja, atua, emprega todas as suas forças para continuar perseguindo e punindo compatriotas.
Criminosos?
Ora, depois de todas as condenações, muitas com penas absolutamente desproporcionais, temos ainda muitos brasileiros presos, outros em prisão domiciliar ou controlados por tornozeleira eletrônica. Esses brasileiros, são quem? São os golpistas, os terroristas de 8 de janeiro? Claro que não.
Corruptos nadando de braçada
Enquanto isso, praticamente todos os grandes corruptos deste país foram descondenados, soltos e os que não foram ainda serão indenizados com juros e correção monetária. O Brasil realmente voltou. Sem falar em megatraficantes, assassinos, bandidos da pior espécie que simplesmente são ignorados pelo nosso bravo Judiciário. Uma festa.
Alexandre, o furioso
São esses “criminosos de altíssima periculosidade”, a turma do tal 8 de janeiro, que foi objeto da fúria de Alexandre de Moraes, das suas ilegalidades, dos abusos de autoridade, das suas arbitrariedades e tudo mais. E com a aquiescência dos demais membros do Supremo Tribunal Federal.
Contravapor
A Anistia era justamente para passar a régua, zerar esses abusos, essas ilegalidades. Muitos sequer tiveram direito ao devido processo legal, à defesa. Sem falar que eles não foram os responsáveis pela depredação, pelos atos de vandalismo.
Podem tudo
Esses sequer processados foram, porque sequer foram buscados, porque não são investigados, porque não interessava, porque foram esses que efetivamente causaram toda a balbúrdia. Mas, como foram escalados pela esquerda, continuam sendo poupados. Até quando?
STF manco
O Supremo é seletivo, só pune quem tem vinculação com a direita. De modo que aquela expectativa de que esse assunto chegasse a plenário já foi afastada. Esforço concentrado antes das eleições no Congresso foi o último esta semana. Agora, só depois das eleições.
Perder de vista
Não se sabe se haverá condições da CCJ votar a Anistia ainda esse ano. Mas vá que tenha a condição e que seja aprovada.
Sucessão
Arthur Lira colocará em plenário? Difícil. Ainda mais que, à medida que vai se aproximando o final do ano, vem a sua própria sucessão. Há vários candidatos na praça e a sucessão está bagunçada. Lira perdeu o controle sobre ela porque o Palácio do Planalto também entrou no processo. Pelo visto, Planalto e Arthur Lira devem fechar com o mesmo candidato.
Abaixo de zero
Mas, o que se presenciou na CCJ é uma demonstração de como estamos mal servidos no Congresso, particularmente na Câmara dos Deputados. Existe um grupo que deseja dar uma melhorada no ânimo do brasileiro. Mas, tem aqueles que querem cada vez mais colocar o país a pique.
Blog do Prisco
Começou no jornalismo em 1980, no jornal O Estado. Atuou em diversos veículos de comunicação: repórter no Jornal de Santa Catarina, colunista no Jornal A Notícia e comentarista na RBS TV, TV RECORD, Itapema FM, CBN Diário e Radio Eldorado. Comenta diariamente em algumas rádios e publica sua coluna do dia em alguns jornais do Estado. Estreou em março de 2015, nas redes sociais e está no ar com o Blog do Prisco.