Ações que antes se limitavam ao apelo à população para que não fosse doada esmola, atualmente, parece surgir uma nova era
No passado, as ruas que tinham sérios problemas de habitantes em vulnerabilidade social se restringiam aos grandes centros, porém, nos dias atuais, a realidade passou a ser bem diferente.
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Este problema que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, não é apenas uma questão de visibilidade, mas há uma grande diferença entre falta de oportunidade e objetividade.
É evidente que cada morador de rua carrega uma história – um contexto que contribuiu para que viesse a viver em exclusão social. Abandono, tragédias pessoais ou o uso de entorpecentes são alguns desses reflexos.
O número de pessoas que vivem nas ruas tem crescido de forma alarmante nas últimas décadas. Em Tubarão, essa realidade nos últimos anos gera diversos debates, mas a verdade é que pouco até aqui tem sido feito para mitigar o problema e dar uma luz no fim do túnel para essas pessoas.
Contudo, é visível, a partir de 2025, um novo direcionamento ao problema. Ações que antes se limitavam ao apelo à população para que não fosse doada esmola, atualmente, parece surgir uma nova era.
O atual governo municipal tem implementado prioridades em relação ao problema. Há uma nitidez em programas de maior volume, que não se limitam apenas a transferir a responsabilidade a doações em semáforos.
A Secretaria de Assistência Social tem sido mais exigente e mais eficiente. Duas frentes, que antes estavam estagnadas, têm agido pontualmente – o Setor de Atendimento à População em Situação de Rua (POP) e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) têm saído às ruas e obtido importantes resultados.
Não podemos cometer a injustiça de não mencionar a Secretaria de Saúde, que integra ao programa profissionais especializados e a Forças-tarefa com as autoridades de segurança pública, que incluem as polícias Militar e Municipal, além da Polícia Rodoviária Federal – porque essa população também habita em viadutos de acesso ao município.
Os moradores de rua muitas vezes são tratados como invisíveis pelas autoridades e pela sociedade em geral. Entretanto, abordagens e atendimentos geram uma nova expectativa para eles e para a população como um todo.
Se a tese de que o problema das ruas, em Tubarão, não será resolvido até que eles não sejam vistos, ouvidos e tratados como seres humanos com direito à cidade, à comida, a uma cama para dormir ou ao trabalho, o poder público municipal tem combatido isso dia a dia.
O caminho para uma cidade mais solidária passa pela compreensão e pelo compromisso com a dignidade de todos, sem exceção.
Por Fabiano Luiz Bordignon - jornalista e editor-chefe da Revista Única