A paixão por ensinar e lidar com pessoas
O advogado de Tubarão Heitor Wensing Júnior comemora neste mês de abril 30 anos dedicados à educação. A atuação do professor neste tempo é marcada por diversos destaques relevantes, desempenhados em cargos de gestão e até mesmo como juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por dois anos. É no contato direto com os alunos que ele revela sua força motriz.
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“Ser professor exige uma dedicação intensa, é quase um sacerdócio. Mas, pessoalmente, não há estimulante maior do que ver meu esforço dando vida a sonhos de tantas pessoas. Ajudar um aluno a concretizar sua formação e conquistar a profissão escolhida para seguir com outras realizações é algo muito valioso para mim”, revela o professor.
Antes de ter a manifestação que sua atuação preferida seria em sala de aula, Heitor percorreu outro caminho em busca de um sonho de infância.
“Desde pequeno eu sonhava em ser advogado. Minha mãe Nair era professora e meu pai Heitor Wensing, contador, mas a renda familiar era curta para custear uma faculdade particular. Porém, isso não tirou de meus propósitos a vontade de fazer Direito”, revela.
Heitor começou a aprender em meio a uma grande perda. A mãe partiu quando ele tinha apenas 13 anos de idade. Apesar da dor irreparável, o professor Heitor, como é conhecido, nunca se apequenou perante os desafios.
“Minha mãe tinha 36 anos quando faleceu. Ela estava grávida do meu irmão mais novo, e não resistiu. Ele nasceu aos sete meses, quando ela se foi. Neste momento, eu tive que ajudar a cuidar de meus irmãos e ganhei a grande oportunidade de desenvolver minha habilidade de me dedicar aos outros – de não desistir diante dos problemas e até mesmo de ensinar”, relembra.
O hoje experiente professor recebeu naquele momento o apoio de uma tia, uma prima, de seu pai e de muitos amigos. Ele buscou encontrar uma maneira para conquistar seu sonho de cursar a faculdade.
Após terminar o segundo grau no Colégio São José, Heitor determinou que seria possível dividir o seu tempo entre os estudos, para passar no vestibular – bastante concorrido à época – e trabalhar para ingressar na faculdade com condições de pagar as mensalidades.
“Eu trabalhei durante um ano como caixa da lanchonete Bejo, na Unisul. Economizei o dinheiro que ganhei para investir na minha faculdade e estudei bastante para conquistar a minha vaga. No ano seguinte, eu iniciei o curso de Direito. Felizmente deu tudo certo”, relembra.
No ano em que antecipou o ingresso para a universidade, ele teve a primeira experiência como professor – lecionou aulas particulares. A sua habilidade para lidar com pessoas e ajudá-las a vencer obstáculos novamente foi vivenciada por ele.
“Então quando me formei, recebi o convite da professora Maria Nilcéia Junklaus para trabalhar como professor. Eu aceitei de bate-pronto e senti desde o início que lecionar a cadeira de Direito Processual me traria uma grande recompensa profissional, que é o amor ao trabalho que desenvolvo junto aos meus alunos”, afirma.
O sentimento do jovem professor estava correto. Essa seria uma das maiores paixões de sua vida, além da família que conquistou com o passar do tempo. Atualmente, Heitor é casado e, ao lado de sua companheira, a união resultou a chegada de mais dois filhos – Maria Laura Fernandes Wensing, 7 anos, e Heitor Wensing Neto, 1,5 anos.
Anteriormente, ele também teve a experiência da paternidade com o nascimento do filho João Gabriel Willemann Wensing, 21 anos, com a primeira esposa.
“A minha família entende o quanto é importante para mim me dedicar ao meu trabalho como professor. Isso me completa, por permitir que eu desempenhe esses papéis que considero os mais importantes da minha vida como pai, marido e professor”, salienta.
Dedicação e sucesso ressaltados em cargos de gestão
Mesmo sem nunca ter se afastado do ofício de ensinar, ao longo de sua trajetória o Heitor consagrou sua relevância em importantes cargos na Unisul e também na Justiça.
Atuou como coordenador do curso de Direito – 2000/2009. Depois assumiu por mais quatro anos como assessor jurídico da instituição de ensino. Em seguida, passou a ser diretor do campus de Tubarão, que envolvia Tubarão, Içara, Braço do Norte e Araranguá – todas as unidades da região Sul. E chegou ao cargo de Pró-reitor de Administração, o que lhe proporcionou uma grande realização profissional.
“Todas as experiências têm para mim um valor indiscutível. Mas como Pró-reitor, eu outorguei grau para alunos de diversos cursos. Foi para mim uma grande emoção ser a pessoa que “autoriza” um estudante a atuar na área em que estava se formando, como em Medicina, Odontologia, Direito, Administração, entre outras áreas”, destaca.
Não menos relevante o professor Heitor considera a vivência como professor dos alunos que atuavam no Núcleo de Práticas Jurídicas. “Nessa época, que antes de ter esse nome era conhecido como Núcleo de Práticas Forenses e no início como Escritório Modelo, nós tivemos muito contato com pessoas carentes, em vulnerabilidade social, que muitas vezes, além de um advogado precisavam, também de psicólogo, assistente social, contador, administrador. De um jeito ou de outro desempenhávamos papéis semelhantes”, detalha.
Segundo Heitor, como advogado, sua forma de atuação foi sempre buscar resolver os conflitos de forma amigável, entre os membros das famílias envolvidas nos processos, preservando ao máximo a qualidade de vidas dessas pessoas. “É algo muito gratificante você perceber que muitas vezes as pessoas não precisam de muita coisa, elas precisam de pouco e está em nosso alcance oferecer, orientar”, completa.
TJSC E TRE
Não só na Unisul, atual Ânima, o talento do professor Heitor foi evidenciado. Indicado pela Organização dos Advogados do Brasil, escolhido para compor uma lista tríplice pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o advogado foi nomeado pelo presidente da República como juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Atuei durante dois anos com duas sessões semanais. Foi outra experiência fantástica”, considera.
Entrega
Mesmo com tantos caminhos abertos por seu excelente desempenho como profissional do Direito, o professor Heitor se entrega de coração e por opção primordialmente para seus alunos.
“No segundo semestre passado trabalhei com aproximadamente 170 alunos e fui orientador de projetos de pesquisa e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), para outros 65 alunos”, pontua. Heitor também participou durante dois meses de um estágio em gestão pública. “Foram dois meses de muito aprendizado”, enfatiza.
Comprometimento
Claro que para isso, além de se debruçar nos conteúdos acadêmicos, o professor Heitor sabe de seu comprometimento com quem ensina. “É necessário uma constante atualização”, enfatiza.
Para ele, o mundo tecnológico de hoje exige mais ainda esse compromisso de buscar estar sempre atualizado. “Claro que pode ocorrer de não saber alguma abordagem, mas é caso de buscar a informação para o aluno assim que possível”, finaliza.
*Matéria publicada na edição de janeiro/fevereiro de 2024 - Texto: Joyce Santos - Edição: Fabiano Bordignon - Revisão: Ronaldo Amorim Sant'Anna.