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A Itália na vida de Silvano Formentin

Método eficaz desenvolvido por professor da região conquista status de maior canal de curso da língua italiana no Brasil

Por Redação
29/09/2024 - 08h12.Atualizada em 29/09/2024 - 08h17
Silvano Formentin se tornou referência após desenvolver um método de curso de Italiano 100% online - Foto: Divulgação/Revista Única

Silvano Formentin se tornou referência após desenvolver um método de curso de Italiano 100% online que já conquistou muitos alunos. Com uma metodologia eficaz, focada na pronúncia e conteúdo útil, para ser aplicado no dia a dia, seu canal no Youtube é atualmente o maior do Brasil e da América Latina. 

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“No Brasil nós estudamos errado. A aprendizagem não acontece em uma aula ou em apenas um dia. Você leva alguns dias para aprender”, antecipa Silvano, ao explicar o que lhe trouxe o robusto reconhecimento.

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Natural de Criciúma, Silvano tem 45 anos, cresceu em Treze de Maio e reside atualmente em Tubarão. Ele cita a melhor forma de aprender uma língua e também como é o ciclo da aprendizagem, com estratégias que acabam até servindo para outros estudos.  

“É semelhante a como funciona uma receita. Geralmente a primeira não fica tão boa, e a partir da quarta, quinta vez, ela fica praticamente perfeita. Então existe um passo a passo que deve ser seguido. É preciso que o aluno entenda. E depois tem a parte da retenção dessa aprendizagem”, detalha.

Não é à toa que Silvano possui atualmente alunos do mundo inteiro. “Nossos cursos mais procurados são dois níveis de italiano. Mas desenvolvemos outras propostas que também estão atraindo um número grande de pessoas”, revela.

De acordo com Silvano, um diferencial oferecido é o curso que ele elaborou para quem quer aproveitar ao máximo uma viagem a Itália, com direito a pacotes de descontos.  

“Eu tenho um curso que ensina sobre como conseguir economizar em uma viagem para a Itália, como, por exemplo, os hotéis e passagens com até 80% de desconto”, afirma.

As abordagens de Silvano demonstram esse comprometimento com os estudantes ao oferecer outras informações que agregam e facilitam o aprendizado ao gerar conhecimento amplo e até mesmo um maior interesse para quem aprende. 

“Trabalho o Italiano com música e também com a história, abordando o significado por trás dos principais monumentos de Roma, Florença e Veneza”, exemplifica o professor. 

Nesta trajetória Silvano também investiu na elaboração de livros. “Eu já tenho alguns livros digitais – eBooks. Alguns nós comercializamos e outros são apenas para os alunos”, comenta. 

Para quem acompanha o canal de Silvano Formentin são muitos os conteúdos que são disponibilizados gratuitamente. “Ajudo muitas pessoas com aulas gratuitas, com curso gratuito de 15 dias, desafios, enfim, faço diversas ações para que ainda mais pessoas se apaixonem pela língua italiana”, garante.

Utilizando a grande influência dos imigrantes italianos na região Sul de Santa Catarina, Silvano também criou viagens regionais que são verdadeiras imersões na cultura italiana. 

“Nós levamos recentemente um grupo de estudantes para Nova Veneza. Lá realizamos o baile de máscaras, tradicional em Veneza. Antes do evento fizemos uma dinâmica onde os próprios alunos confeccionaram suas máscaras. Também visitamos vinícolas da região e o museu a céu aberto em Orleans”, ressalta Silvano. 

Missão de vida

Segundo o professor, ele adotou como missão de vida transmitir a língua italiana, a partir de um momento que considera muito especial em sua história.

“Meu desejo de ensinar e compartilhar com todos este idioma e essa cultura é latente.  Amo o que faço, mas isso nem sempre esteve nos meus planos. Desde criança sempre fui muito ligado à Itália e cultivava o sonho de visitar esse belo país, em especial as cidades do Norte – Genova e Veneza. Em casa, via minha nona (avó) e minha tia conversar em italiano (dialeto vêneto), o que também me fez crescer com um afeto muito grande por esse idioma”, compartilha.

Em busca do sonho

Em 2007, Silvano foi em busca de seu sonho de reconhecer sua cidadania italiana e finalmente conhecer a Itália.

“Larguei meu emprego de servidor público e embarquei nessa aventura. Claro que eu sabia que me adaptar na Itália sem falar italiano seria muito difícil, então antes da viagem estudei a língua durante alguns meses. O problema é que o método que eu utilizei foi um muito tradicional, com conteúdos que não são aplicados no dia a dia – especialmente a gramática.  Por isso, cheguei na Itália compreendendo só algumas coisas e falando bem pouco italiano”, relembra o professor.

Foi a partir deste choque que ele diz ter percebido que a forma como havia estudado no Brasil, apesar de ter lhe trazido algum conhecimento, não o ajudava a se comunicar de fato. 

“Fui para a cidade de Alpignano, província de Turim, e lá fiz o reconhecimento da minha cidadania. Depois disso, me mudei para Verona em busca de emprego. O fato de não saber falar italiano me prejudicou muito. Em todas as agências de empregos, as chamadas agenzie di lavoro, me perguntavam se eu sabia falar o italiano, afinal esse era um requisito fundamental para qualquer vaga. Assim que eu revelava que falava pouco, perdia as minhas chances”, conta Silvano.

Dificuldades

Silvano lembra que a situação se repetiu muitas vezes, e enquanto isso, o dinheiro acabava. No momento mais crítico, Silvano gastou o que restava para pagar o aluguel do mês – ao menos o lugar para morar ele não perderia.  

“Isso me deixou com literalmente uma moeda de um Euro no bolso. Sem ter como comprar alimentos, me vi em frente a uma igreja onde o padre servia almoço para moradores de rua.  Envergonhado, fiquei sem coragem de entrar quando a comida começou a ser servida, mas o padre, me vendo observar de longe, entendeu que eu também precisava daquela refeição e, por isso, me convidou a entrar. Esse momento emblemático até hoje me emociona, pois foi a situação mais difícil que passei na Itália. O meu sonho de morar naquele país estava se transformando em pesadelo, pois por não conseguir me comunicar eu não estava conseguindo me sustentar”, reconhece Silvano.  

Vitória

Naquele ponto, a decisão mais óbvia era voltar para o Brasil, mas ele optou por lutar por seu sonho mais uma vez. “Em casa, comecei a estudar italiano – mais que isso, comecei a pesquisar sobre maneiras eficientes de se aprender um novo idioma.  Aos poucos, fui descobrindo quais técnicas funcionavam, e de que maneira eu conseguia aprender mais. Devido à necessidade de aprender rápido, acabei desenvolvendo ferramentas e estratégias que ajudam no aprendizado de qualquer língua”, finaliza.

* Matéria publicada na edição de Julho/Agosto de 2024 - Texto: Joyce Santos - Edição: Fabiano Bordignon - Revisão: Ronaldo Amorim Sant'Anna.

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