Suspeito é funcionário de uma empresa que conecta bancos menores aos sistemas PIX do BC
A Polícia Civil de São Paulo prendeu na última quinta-feira, 03 de julho, o homem suspeito de facilitar um dos maiores ataques hackers ao sistema financeiro brasileiro por meio de empresa que presta serviços a bancos menores e fintechs para realizar operações com o Banco Central, entre elas, o Pix.
:: Quer receber gratuitamente notícias por WhatsApp? Acesse aqui
O ataque cibernético que afetou pelo menos seis bancos causou alvoroço no mercado financeiro na última quarta-feira, 02 de julho.
Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o preso, João Nazareno Roque, é funcionário da empresa de tecnologia C&M Software (CMSW) e deu acesso pela máquina dele ao sistema sigiloso para os hackers que efetuaram o ataque.
Ele foi preso no bairro de City Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele. Procurada, a empresa C&M ainda não se manifestou.
À polícia, Roque disse que vendeu a sua senha por R$ 5 mil a hackers em maio e depois, por mais R$ 10 mil, participou da criação de um sistema para permitir os desvios. Ele relatou ainda que só se comunicava com os criminosos por celular e não os conhece pessoalmente. Além disso, contou que trocou de celular a cada 15 dias para não ser rastreado.
Uma conta com R$ 270 milhões usada receber o dinheiro desviado já foi bloqueada. A investigação policial apura o envolvimento de outras pessoas.
O caso veio a público quando a BMP, empresa que é cliente da C&M, registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sido alvo de desvios milionários, e a C&M que reportou às autoridades um ataque às suas infraestruturas.
De acordo com a C&M, criminosos usaram credenciais, como senhas, de seus clientes para tentar acessar seus sistemas e serviços de forma fraudulenta. Isso permitiu o acesso indevido a informações e contas de reserva de pelo menos seis instituições financeiras.
O BC ainda não informou o nome de todas as instituições afetadas. Também não há confirmação oficial sobre os valores envolvidos no ataque, mas fontes da TV Globo estimam que a quantia pode chegar a R$ 800 milhões.