Sete prefeitos foram presos e ao menos 29 cidades são investigadas. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), apenas nos municípios do Sul, a Serrana faturou cerca de R$ 136,3 milhões em dinheiro público. Esses valores teriam sido pagos em contratos para serviços de coleta de lixo, saneamento e iluminação pública, por exemplo.
Imbituba lidera cidades com salto nos pagamentos, diz MPSC
A cidade da região com a cifra mais expressiva é Imbituba, com R$ 104 milhões pagos à prestadora de serviços em uma década.
Dados trazidos no documento da investigação afirmam que o pagamento é injustificado. Em 2011, a prefeitura do município pagou à Serrana cerca de R$ 95 mil; em 2021, dez anos depois, esse valor saltou para R$ 16,5 milhões.
Isso representa uma escalada de 3.283% nos montantes pagos em uma década, enquanto a população de Imbituba cresceu apenas 13,71% no período. O aumento, destacou o Ministério Público, é “o maior da série histórica e ainda pendente de encerramento”.
O atual prefeito de Imbituba, Rosenvaldo da Silva Júnior (PSB), afirmou que “obviamente não tinha conhecimento” das irregularidades. Na resposta, o chefe do Executivo municipal afirmou que as investigações preocupam em função do município ser atendido pela Serrana, mas que espera que os “fatos sejam devidamente esclarecidos”.
Questionado se o município irá encerrar o contrato com a empresa investigada, o prefeito afirmou que a administração está revendo a prestação de contas dos serviços prestados para averiguar possíveis irregularidades. O contrato vigente da coleta de resíduos em Imbituba, inclusive, está em fase de uma nova licitação.
O MPSC definiu o suposto esquema de propinas como o maior da história de Santa Catarina. No documento obtido pelo Grupo ND, foi apontado que a Serrana definia que 13% de cada contrato seria destinado à propina, que era dividida entre agentes públicos e a empresa.
Estima-se que a organização criminosa, como classifica a investigação, recebeu R$ 354 milhões em contratos em cinco anos de atuação no Estado.
“Imaruí possui uma particularidade interessante”, diz MPSC
O município de Imaruí também chamou a atenção dos investigadores. Isso porque, segundo o Ministério Público, é o único caso onde o atual prefeito, Patrick Correa (União Brasil) e outros dois ex-prefeitos têm ligação suspeita com o mensageiro, responsável por realizar o pagamento das propinas da Serrana aos agentes públicos, de acordo com a investigação.
Fonte: ND Mais